Nova fase de operação mira escritório de advogados denunciados por Renato Nery dias antes de assassinato em Cuiabá


Renato Gomes Nery foi assassinado em julho de 2024, em frente ao escritório dele, em Cuiabá. Nova fase cupriu medidas cautelares. Nova fase de operação mira escritório de advogados denunciados por Renato Nery dias antes de assassinato em Cuiabá
TV Centro América
A Polícia Civil deflagrou, nesta terça-feira (11), uma nova fase da Operação Operação Office Crime, que investiga denúncias feitas pelo advogado Renato Gomes Nery, antes de ser assassinado, em julho de 2024, em frente ao escritório dele, em Cuiabá.
Segundo a Polícia Civil, foram cumpridas medidas cautelares em um escritório de advogados denunciados por Nery. Os detalhes da operação não foram repassados, pois a investigação está em sigilo.
Os advogados e empresários investigados na Operação Office Crime, deflagrada no dia 28 de novembro de 2024, foram denunciados pelo advogado Renato Gomes Nery cerca de 10 dias antes do assassinato do profissional, em frente ao escritório dele em Cuiabá. A denúncia enviada à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT) envolve irregularidades em uma disputa judicial de terras que teria a interferência de desembargadores.
Na primeira fase da operação, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) disse ao g1 que “todas as representações disciplinares apresentadas pelo advogado Renato Nery, assim como aquelas protocoladas contra o mesmo, correm seu curso normal, tramitando no Tribunal de Ética e Disciplina (TED) da OAB-MT, respeitando o sigilo e o rito tal qual estabelece a legislação vigente”.
Primeira fase
Delegado fala sobre envolvimento de investigados na morte Renato Nery
Segundo o delegado, a operação tem como objetivo investigar o homicídio de Renato Nery e saber qual o envolvimento dos alvos com o assassinato. Desde a morte do profissional, em julho deste ano, ninguém foi preso.
“Coincidentemente os escritórios e os alvos eles estão na denúncia do Renato. Os alvos de hoje são alvos que o Renato denunciou, mas a investigação não partiu só da denúncia dele. Houve uma investigação mais complexa e resultou nos alvos de hoje. A gente não pode comentar muitos detalhes para não prejudicar a investigação, mas os alvos foram denunciados”, disse.
Ao todo, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão nos municípios de Cuiabá e Primavera do Leste, em endereços residenciais e escritórios de advocacia dos investigados.
Nas casas dos alvos, foram apreendidos computadores, aparelhos telefônicos, Sistema de Posicionamento Global (GPS), que podem ter sido instalados nos veículos dos investigados, duas armas de fogo, R$ 30 mil em espécie e barras de ouro.
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Ao todo, R$ 30 mil em espécie, barras de ouro, celulares e e computadores foram apreendidos nas casas dos investigados .
Polícia Civil de Mato Grosso
Veja quem são os investigados:
Antonio João de Carvalho Junior (advogado)
Agnaldo Bezerra Bonfim (advogado)
Gaylussac Dantas de Araujo (advogado)
Cesar Jorge Sechi (empresário)
Julinere Goulart Bastos (empresária)
Parte superior: casal de empresários Cesar Jorge Sechi e Julinere Goulart Bastos. Parte inferior: João de Carvalho e Agnaldo Bonfim
Reprodução
O g1 entrou em contato nos telefones disponibilizados pelos advogados, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. O g1 tenta localizar a defesa dos empresários citados.
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Todos os advogados atuavam no mesmo escritório, segundo a polícia. Já os empresários eram casados e moravam em Primavera do Leste.
Dinheiro e documentos apreendidos durante a operação
Divulgação
As medidas cautelares foram expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá (Nipo), após representação dos delegados da DHPP, que são responsáveis pela investigação.
Relembre o caso
Advogado Renato Gomes Nery, de 72 anos
Divulgação
Renato foi baleado quando chegava no escritório dele. Segundo a Polícia Civil, o atirador já estava esperando pelo advogado e, após atirar, fugiu do local em uma moto. Uma câmera de segurança registrou o momento em que Renato caminha até a porta do escritório, é atingido pelos disparos e cai no chão.
O delegado Bruno Abreu Magalhães disse que a perícia colheu informações no escritório da vítima e analisou imagens para tentar identificar o atirador. O celular de Renato também foi apreendido.
“É um caso de execução. Esse executor já estava esperando a vítima. Ele [advogado] sai do carro e quando chega próximo ao escritório é atingido”, disse o delegado.
O advogado morreu um dia após ser baleado. O corpo dele foi sepultado em Cuiabá, na manhã do dia 7 de julho. Familiares e amigos prestaram as últimas homenagens.
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