Você já ouviu falar em autismo em adultos? Embora normalmente seja identificado na infância, muitos adultos convivem com o transtorno sem saber, já que seus sinais são facilmente confundidos com características de personalidade ou outros comportamentos comuns.
Para quem não sabe, o TEA (Transtorno do Espectro Autista) é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta a interação social, a comunicação e o comportamento.
Um estudo publicado na Autism Research destaca que indivíduos com sinais leves muitas vezes passam despercebidos até enfrentarem situações de estresse ou mudanças significativas na vida. A seguir, exploramos manifestações frequentes que podem sugerir a presença do TEA.
Sinais mais sutis do autismo em adultos
Ecolalia: repetição como forma de conforto
A ecolalia, caracterizada pela repetição de palavras, frases ou sons, pode ser um indicativo de TEA. Em adultos, essa repetição nem sempre é percebida como uma manifestação do transtorno, sendo frequentemente associada a hábitos ou preferências individuais.
Segundo pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, a ecolalia pode servir como uma estratégia de autorregulação emocional e cognitiva.
Esgotamento social
Participar de eventos sociais pode ser uma experiência exaustiva para adultos com TEA, especialmente em ambientes com excesso de estímulos, como sons altos e luzes fortes.
Esse esgotamento social, frequentemente ignorado ou rotulado como “timidez”, reflete a sobrecarga de interpretar nuances sociais, conforme descrito em um estudo publicado no Journal of Autism and Developmental Disorders.
Comunicação literal e dificuldades sociais
Pessoas com TEA podem apresentar uma comunicação mais direta, com dificuldade para interpretar ironias, sarcasmos ou outras intenções implícitas.
Esse traço, embora muitas vezes confundido com ingenuidade, é uma característica que pode causar mal-entendidos em interações sociais. Pesquisas indicam que a falta de compreensão desses elementos decorre de diferenças na leitura de pistas sociais.
Autismo em adultos: por que é importante o diagnóstico precoce
O autismo em adultos não diagnosticados pode dificultar o acesso a tratamentos que promovam o bem-estar. Por isso, a terapia cognitivo-comportamental e programas de integração sensorial são abordagens que ajudam a reduzir os impactos do TEA no dia a dia.
No Brasil, o SUS (Sistema Único de Saúde) oferece suporte terapêutico gratuito para pessoas com autismo.
Embora ainda não haja cura, avanços científicos continuam a explorar as causas do transtorno. Pesquisas destacam uma forte influência genética, complementada por fatores ambientais, como exposição a toxinas durante a gestação.