‘Pó preto’ da CSN: secretário anuncia multa de R$ 1 milhão por poluição em Volta Redonda


O RJ2 mostrou nesta quinta-feira (13) que um pó preto e a fumaça que saem dos altos-fornos estão causando doenças respiratórias e deixado as ruas permanentemente imundas. A CSN funciona sem licença desde 2018. ‘Pó preto’ da CSN: a poluição que se espalha por Volta Redonda, afeta a saúde de moradores e deixou de ser fiscalizada pelas autoridades
Vice-governador e secretário estadual do Ambiente, Thiago Pampolha anunciou nesta sexta-feira (14) uma multa à Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) de R$ 1.013.871,60.
O RJ2 mostrou nesta quinta-feira (13) que um pó preto e a fumaça que saem dos altos-fornos estão causando doenças respiratórias e deixado as ruas de Volta Redonda, na Região Sul Fluminense, permanentemente imundas.
O material produzido pela siderúrgica mais antiga do Brasil é formado por micropartículas de ferro que, soltas no ar, podem contaminar moradores e poluir rios.
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A falta de fiscalização desse material está dentro da lei. Isso porque, desde 2017, o Governo do Estado do Rio de Janeiro decidiu retirar o ‘poluente sedimentável’ da lista de poluentes que precisam ser monitorados pelas autoridades ambientais.
“Pela informação da nossa equipe técnica, essas partículas sedimentáveis são justamente esse pó preto. No Rio de janeiro, por conta de uma decisão do órgão ambiental estadual, não há mais monitoramento dessa substância”, disse o promotor do MP Leonardo Kataoka.
Problemas respiratórios
Sem fiscalização, o pó preto segue sendo lançado no ar constantemente. O material poluente é o responsável por provocar o aumento de casos de doenças respiratórias no município.
“A poluição atinge quando ela começa a interferir na nossa qualidade de vida. Eu quero brincar com meu filho do lado de fora da casa, mas a minha preocupação é: Vai vir uma crise de asma? (…) A gente ta sempre sujo. A gente lava roupa, coloca no varal para secar e a roupa volta suja. O impacto da CSN na nossa vida hoje é sujeira”, comentou a fisioterapeuta Thais Vasconcellos.
Pó preto da CSN no chão da casa de moradores em Volta Redonda
Reprodução/Redes sociais
O que dizem os citados
A CSN ainda não respondeu sobre a multa. Em nota nesta quinta, a CSN informou que os dados do monitoramento da qualidade do ar são enviados de forma online ao Inea e sem qualquer interferência da companhia. A empresa disse também que não há nessas estações qualquer tipo de descontinuidade nas suas operações.
Quanto à pilha de pó siderúrgico, a CSN informou que o tamanho vem sendo reduzido. Nos últimos 12 meses, 230 mil toneladas do produto foram retiradas do estoque e reutilizadas.
Já o Inea reafirmou que existe um Termo de Ajustamento de Conduta para a CSN, envolvendo ações de melhoria do controle das emissões atmosféricas, com prazo de até agosto do ano que vem.
O Inea falou que a análise das partículas sedimentares foi retirada em 2017 por falta de padrões estabelecidos nas diretrizes nacionais e internacionais.

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