

Corredores internos que conectam moradores a diferentes serviços – Foto: Reprodução/Wikipédia/ND
Já imaginou morar em uma cidade dentro de um edifício, onde tudo acontece sem precisar sair para a rua? Para os moradores, essa é apenas a vida como ela é.
A cidade dentro de um edifício
Em uma região remota e fria do Alasca, um único edifício abriga praticamente tudo: escola, mercado, igreja, lavanderia, consultório e etc. Os corredores são aquecidos, há um túnel subterrâneo que leva direto à escola e quase todos os moradores da cidade vivem ali, sob o mesmo teto.
Parece ficção científica, mas é real e há quem ache tudo isso muito estranho.
Esse estilo de vida pode parecer impensável para quem é acostumado com grandes cidades, mas para os moradores é a melhor maneira de lidar com o isolamento e o clima frio. Vivendo em comunidade, eles têm acesso a todos os serviços essenciais, sem precisar sair do prédio.
Aos poucos, essa rotina se tornou uma identidade local e também uma curiosidade para visitantes e para quem ouve falar da cidade pela primeira vez.
Essa cidade-edifício fica em Whittier, uma pequena e remota cidade no sul do Alasca, acessível principalmente por mar ou por túnel ferroviário de mão única. Aproximadamente 90% das pessoas moram no mesmo prédio: o Begich Towers.

Modelo de construção do edifício é estudado por arquitetos que buscam soluções futuras para o crescimento populacional – Foto: Reprodução/Wikipedia/ND
Construído para fins militares, em 1957, o edifício foi sendo transformado com o tempo em um condomínio multifuncional, e hoje é o verdadeiro centro da urbano da cidade. Tudo acontece ali dentro e isso rendeu a Whittier o apelido de “Cidade sob o mesmo teto”.
Muito além da praticidade
O modelo de cidade-edifício tem despertado interesse de arquitetos e urbanistas que buscam soluções para enfrentar desafios como o crescimento populacional, mudanças climáticas e segurança pública.
Inspirado por conceitos como a “cidade vertical”, o Begich Towers mostra na prática como um projeto desse tipo pode funcionar – não como um experimento, mas como uma alternativa viável de vida urbana, especialmente em locais de clima severo.
Uma rotina que ainda choca quem vê de fora

Moradores relatam que turistas e pessoas de fora os veem como “estranhos” – Foto: Reprodução/Wikipédia/ND
Apesar da estrutura funcional e da organização interna eficiente, os próprios moradores admitem: “eles nos acham estranhos”. E talvez esse seja o charme de Whittier: mostrar que viver de forma diferente pode, sim, funcionar.