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O Brasil tem florestas nativas, água doce e biodiversidade mais do que suficientes para liderar a nova economia de baixo carbono, que contribui para mitigar os efeitos do aquecimento global. Para isso, a indústria tem lutado pela regulamentar de um mercado de carbono e políticas públicas para conservação florestal , estímulo à transição energética e incentivo à economia circular.
São propostas na visão da Confederação Nacional da Indústria com potencial de inserir o Brasil nas mais avançadas cadeias produtivas globais- caso do hidrogênio verde, geração éolica offshore, eletrificação de carros, baterias inteligentes , etc . Também devem atrair investimentos estrangeiros, movimentar a economia e gerar empregos de qualidade, além de reduzir o desmatamento ilegal e de fomentar novos mercados da chamada bioeconomia, a partir da exploração responsável da biodiversidade e dos recursos naturais.
A estratégia da indústria passa pela regulamentação de um mercado de carbono em que empresas transacionam permissões de emissões de gases de efeito estufa em um ambiente regulado , com segurança jurídica, transparência e participação do setor privado na estrutura de governança.
Além de fomentar a conservação da natureza e mitigar as emissões, esse mercado origina recursos para viabilizar projetos sustentáveis e da economia verde como um todo. Trata-se de um mercado estimado no ano passado em 95 bilhões de dólares pelo Banco Mundial.
A proposta para regulamentação desse mercado e prioridade para os nossos interesses nacionais sobretudo no atual contexto internacional. Precisamos adotar um volume mínimo anual de créditos, selecionar rapidamente os setores participantes e criar mecanismos de estabilização de preços para evitar flutuações indesejadas . A implementação deve ocorrer de forma gradual durante um período de dois a cinco anos.
Ainda faltam incentivos maiores e obrigações para as empresas aderirem a práticas sustentáveis mais rapidamente, o que virá com essa regulamentação do mercado de carbono.
As empresas poderão optar por comprar as permissões de emissões no mercado ou fazer investimentos para reduzir suas emissões. Hoje as que se movem em direção ao baixo carbono fazem isso porque estão inseridas em cadeias de valor internacionais, demandadas eventualmente por seus próprios clientes.
Para vender mais a um grande cliente que tem essas metas precisam se adiantar nesse sentido e será uma grande oportunidade.
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A transição energética seja pela maior eficiência ou pela geração renovável e hoje prioridade em diversas indústrias . O programa Aliança da CNI permitiu melhorias em doze plantas industriais de setores como siderurgia, químico, cimento e automobilístico. A iniciativa resultou em uma economia de energia suficiente para abastecer uma cidade de setenta mil habitantes por um ano e trouxe uma redução anual de despesas de 176 milhões de reais. Na nova fase serão destinados quarenta milhões de reais para o desenvolvimento de projetos de eficiência energética em 25 plantas industriais.
Na área de transporte, os biocombustíveis também ajudam na transição energética com experiências encampadas desde o pró álcool criado nos anos setenta. Há espaço inclusive para inserir biocombustíveis de segunda geração, obtidos a partir de resíduos.
A aviação civil têm também buscado nos biocombustíveis uma solução para reduzir a pegada de carbono. A partir de 2027, os aviões não poderão levantar voo se não compensarem as emissões por meio da compra de créditos de carbono ou do abastecimento por uma mistura mínima de combustível ao querosene de aviação.
A conservação florestal e hoje prioridade em diversas indústrias como a de papel e celulose que se adiantou na descarbonização. Maior produtora de celulose mundial, a Suzano investiu 23 bilhões de reais em uma nova unidade em Mato Grosso do Sul que utiliza gaseificação da biomassa para substituir o combustível fóssil em seus fornos.
O compromisso da empresa com metas sustentáveis rendeu inclusive um prêmio financeiro obtido a partir da captação de um bilhão e meio de dólares com um título sustentável em que se comprometeu à redução das emissões de gases em sua operação.
Se não cumprir terá acréscimo no pagamento de juros a partir de 2026 . A captação contou com o parecer técnico da Nint consultoria que conferiu os procedimentos da empresa.
O setor adota um modelo de negócios que recupera áreas degradadas, promovendo plantios de eucaliptos e a restauração de áreas de vegetação nativa.
Em 2024 a empresa fez o seu maior programa de plantio florestal com 287 mil hectares de manejo sustentável intercalando plantios e áreas de mata nativa, favorecendo a conservação do solo, das águas e da biodiversidade nessas áreas. Neste ano certificou os primeiros projetos de créditos de carbono.
Mesmo indústrias que não lidam diretamente com manejo florestal também contribuem com a descarbonização. E o caso do setor de óleo e gás brasileiro, que prevê investir até seis bilhões de dólares nos próximos cinco anos para reduzir as emissões.
O setor aposta em uma combinação de tecnologias para reduzir a pegada de carbono na cadeia produtiva, além de mecanismos de compensação das emissões nas atividades de refino , transporte e distribuição de combustíveis.
Os representantes dessas empresas acima mencionados são muito importantes para o dia a dia da sociedade brasileira com a obrigação de serem importantes agentes da transformação ecológica do Brasil.