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Cuidados redobrados no verão para evitar a transmissão da dengue e outras complicações O cuidado com a proliferação do mosquito Aedes aegypti e consequentemente transmissão da Dengue, deve ser mantido ao longo de todo o ano. Porém, é no verão, que os casos passam a ser diagnosticados com maior frequência. Mesmo que a região não tenha tantos casos registrados, é necessário que o cuidado e atenção quanto ao acúmulo de água parada sejam redobrados para evitar a propagação do mosquito. O médico infectologista e diretor técnico do HSJosé, Dr. Raphael Elias Farias, explica sobre a doença viral, seus sintomas e porque é necessário ter um cuidado redobrado quanto a transmissão da doença.
“A dengue é uma doença viral, transmitida por um arbovírus. Essa doença se manifesta após a picada de um mosquito fêmea Aedes aegypti contaminado com o vírus da Dengue. Ao picar uma pessoa suscetível, após alguns dias, a mesma começa a desenvolver sinais e sintomas. Em geral, na dengue, o paciente vai começar a ter um quadro com sintomas inespecíficos, como febre, dor de cabeça, uma dor por atrás do olho, dor nas articulações, dor no corpo, podendo evoluir para um quadro grave de sangramento descompensando outros órgãos do corpo. Em alguns casos, há necessidade de internação, podendo necessitar de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A dengue, na grande maioria dos casos, o paciente evolui para melhora espontânea”, esclarece Dr. Raphael.
De acordo com o especialista, as pessoas com suspeita de dengue devem procurar uma unidade de saúde para fazer o diagnóstico e acompanhamento.
“Isso é importante porque no início, a doença até pode parecer inocente, mas ao longo dos dias pode evoluir com complicações. Então, esse monitoramento do paciente é muito importante, com acompanhamento regular do serviço de saúde. Havendo “sinais de alerta”, a pessoa deve ser conduzida para uma internação, com tratamento mais intenso para que haja uma melhora destes sinais e sintomas”, explica Dr. Raphael.
Prevenção da dengue:
A prevenção da dengue concentra-se na eliminação dos criadouros do mosquito, na proteção contra picadas e recentemente pela vacinação.
Medidas eficazes incluem:
Eliminar recipientes que acumulam água, como pneus, garrafas e vasos de plantas;
Manter caixas d’água e reservatórios devidamente tampados;
Limpar calhas e lajes para evitar acúmulo de água;
Utilizar repelentes e roupas de mangas compridas, especialmente durante o dia, quando o mosquito é mais ativo;
Instalar telas em janelas e portas para impedir a entrada de mosquitos.
Vacinação
A vacinação contra a Dengue tem um papel importante no combate e prevenção. Incorporada ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) no final de 2023, a vacina contra a doença está disponível no SUS (gratuitamente) para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações por dengue. A imunização também pode ser realizada dentro das faixas etárias liberadas pela Anvisa, em farmácias e clínicas de vacinação em caráter particular.
Em Santa Catarina, o ano de 2024 foi marcado pelo maior número da doença. Foram registrados 347 casos confirmados e 340 óbitos. Quanto à vigilância do Aedes aegypti foram identificados 65.843 focos em 283 municípios.