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Cheiro da morte foi identificado por cientistas – Foto: Reprodução/ND
Pesquisa realizada pela Universidade de Leuven, na Bélgica, analisou cadáveres humanos e restos mortais por seis meses para descobrir qual era o cheiro da morte. Amostras analisadas resultaram em 452 compostos orgânicos voláteis, emitidos depois da morte.
O principal objetivo do estudo, publicado na revista especializada PLOS On, era usar esses odores para treinar cães farejadores e auxiliar nas buscas por cadáveres.
Além disso, os cientistas defendem que será possível desenvolver máquinas capazes de identificarem esses odores e fazer o mesmo trabalho que os cães farejadores em operações de resgate após desastres naturais, como terremotos ou deslizamentos.
Qual é o cheiro da morte?
Os cientistas coletaram amostras de humanos e alguns animais, como porcos, coelhos, toupeiras e aves. Esses restos mortais de tecidos e órgãos foram colocados em recipientes fechados, mas que tinham aberturas para entrar um pouco de ar e para que cientistas retirassem periodicamente amostras dos gases que se acumulavam dentro deles.
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Universidade de Leuven, onde foi realizado o estudo sobre cheiro da morte – Foto: Reprodução/ND
Entre os compostos orgânicos identificados, o enxofre parecia distinguir as diferentes espécies, porém, não eram exclusivos dos humanos nem estavam presentes em todas as amostras humanas. Com o tempo, esses compostos também desapareceram.
Já os ésteres, um dos principais componentes da gordura animal, mostraram-se mais promissores.
Ao final do estudo, oito compostos foram capazes de diferenciar os restos de porcos e humanos dos de outros animais, cinco deles sendo de ésteres.
Em geral, os ésteres tem um aroma agradável aos sentidos humanos, com cheiros frutados, doces e agradáveis, sendo responsáveis pelos aromas naturais de muitas frutas e flores.
No entanto, em cadáveres esses compostos apresentam um cheiro mais gorduroso, rançoso ou levemente adocicado, dependendo das condições ambientais e do estágio de decomposição.