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Elon Musk cumprimenta Javier Milei após ganhar motosserra de presente do presidente argentino, durante evento em Maryland, nos EUA
Nathan Howard/Reuters
O presidente argentino, Javier Milei, teve um encontro com Elon Musk nesta quinta-feira (20) e lhe presenteou com uma motosserra.
Os dois participaram de uma convenção ultraconservadora realizada perto de Washington, nos EUA, que reúne a elite da direita e se transformou em celebração do retorno de Donald Trump à Casa Branca.
“Chegou a motosserra à DOGE…!!!”, escreveu Milei na rede social X, referindo-se a uma comissão de corte de gastos públicos federais (Department of Government Efficiency, na sigla em inglês), criada por Trump e liderada por Musk.
A motoserra virou um símbolo da campanha do Argentino à Presidência, que prometeu cortes de gastos federais drásticos para conter a crise econômica do país. Em sua postagem, ele chamou o bilionário de “amigo”.
Junto a Milei estavam Gerardo Werthein, chanceler argentino, Luis Caputo, ministro da Economia, e Karina Milei, secretária-geral da Presidência.
Musk, vestido de preto e usando óculos escuros, exibiu a motosserra no palco da convenção ao lado de Milei.
O empresário se alinhou com as políticas de Trump e acusou o governo do ex-presidente democrata Joe Biden de promover a migração ilegal e de “gastar cada dólar possível para conseguir o maior número possível de votos, porque todos são clientes, todos são eleitores”. Na realidade, imigrantes sem cidadania não podem votar nos Estados Unidos.
‘Criptogate’
Milei chegou à capital americana em meio à polêmica do chamado “criptogate”, desencadeada depois que, na semana passada, o presidente divulgou em suas redes uma criptomoeda que entrou em colapso em apenas duas horas, resultando em perdas multimilionárias.
Ainda nesta quinta-feira, Milei se reunirá com Kristalina Georgieva, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), organismo com o qual a Argentina busca um novo acordo, além do empréstimo de 44 bilhões de dólares (R$ 250,8 bilhões, cotação atual) concedido em 2018, que o país está reembolsando.
Na sexta-feira, ele fará um discurso no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e se reunirá com Ajay Banga, presidente do Banco Mundial (BM).
Mas o grande dia será no sábado, quando Milei discursará na Conferência de Ação Política Conservadora (Cpac), que será encerrada com a intervenção do presidente republicano, Donald Trump.
O presidente argentino compartilha das ideias de Trump, por quem sente grande admiração, e não se descarta um encontro entre os dois.
A Cpac foi inaugurada nesta quinta-feira pelo vice-presidente dos EUA, JD Vance, em uma entrevista na qual analisou o primeiro mês da nova administração Trump, marcado por uma grande quantidade de decretos.
“Acho que tivemos mais decretos do que a CNN tem telespectadores”, ironizou.
Trump age rapidamente, e seus apoiadores parecem encantados com suas restrições à imigração e o fim dos programas destinados a fomentar a diversidade na administração pública, entre outras medidas.
– “Ultra MAGA” -Nos corredores da Cpac, além dos tradicionais bonés vermelhos com o lema “Make America Great Again”, alguns participantes se destacam por seus trajes, como um homem fantasiado de George Washington, com peruca incluída, ou uma mulher vestindo uma camiseta “Ultra MAGA” estampada com a imagem de Donald Trump como um super-herói musculoso.
A convenção existe há várias décadas, mas, nos últimos anos, tem prestado homenagem ao magnata republicano.
Nesta edição, entre outros, participarão o assessor de segurança nacional da Casa Branca, Mike Waltz, a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, e o presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson.
Além de Milei, a conferência contará com líderes da direita ou da extrema direita de todo o mundo, como o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, falará no sábado por videoconferência.
Também participarão altos representantes de partidos europeus, como o francês Jordan Bardella e o britânico Nigel Farage.
Muitos buscam inspiração do outro lado do Atlântico, após o bem-sucedido retorno de Donald Trump ao poder.
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