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Segundo a vítima, que pediu para não ser identificada, Caio Nascimento conseguiu o contato dela com amigos depois de conhecê-la em uma festa em 2018. O músico também descobriu o endereço da casa da mulher e chegou a ir até o local, insistindo para entrar. Nas redes sociais, Caio se identifica como pianista, arranjador e produtor.
Reprodução/Redes Sociais
O músico Caio Nascimento, de 47 anos, que matou a ex-noiva Vanessa Ricarte, apresenta vasto histórico de violência contra outras mulheres, conforme aponta a ficha estadual de antecedentes criminais do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
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O homem, conhecido no meio artístico do estado, também chegou a agredir a mãe a irmã, segundo a polícia. Entre as vítimas, está uma mulher, que pediu para não ser identificada, e relatou ter conhecido Caio em uma festa. Ela contou que após conseguir seu contato, começou a ser perseguida por ele.
“Ele pediu meu telefone para pessoas conhecidas e começou a fazer contato. Descobriu onde era minha casa e foi até lá. Eu não convidei ele para entrar, mas ele entrou no portão de fora do condomínio, eu o empurrei e fechei o portão”.
Além da visita indesejada, Caio também passou a ligar insistentemente para a mulher e a persegui-la em suas redes sociais.
“Eu cheguei a receber 30 ligações dele em sequência. Depois, ele me achou nas redes sociais. Desde o início eu bloqueei. Ele era casado na época, e chegou a mandar mensagem da rede social da esposa com a mensagem ‘desbloqueia o Caio’, relata a mulher.
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Cerca de quatro anos depois dos primeiros episódios de perseguição, a vítima foi novamente encontrada pelo músico em um aplicativo de troca de mensagens.
“Entrei no Telegram e ele veio falar comigo. Então, ele tinha o telefone salvo. Queria marcar de se encontrar, chegou a dizer que tinha mudado e estava frequentando a igreja. Aí eu desconversei e o bloqueei. Ele começou a mandar mensagens SMS, por e-mail e ameaçou até ir no meu trabalho”., comenta.
A mulher contou que não chegou a se relacionar com Caio e, após as perseguições, precisou pedir ajuda de um amigo policial para intervir na situação.
“Eu pedi ajuda para um amigo e, por meio de um conhecido policial, de uma forma informal, esse colega policial fez uma intervenção, conversou [com o Caio]”.
Além de bloquear o músico nas redes sociais, ela disse que parou de frequentar as festas onde sabia que ele estaria tocando. “Foi e está sendo horrível, porque a gente pensa que poderia ter sido uma de nós. Foi bem pesado pensar que poderia ter sido comigo, com outra mulher”.
Vítima de feminicídio pediu proteção, mas foi assassinada pelo ex-noivo
Medidas protetivas
A jornalista e servidora do Ministério Público do Trabalho (MPT), Vanessa Ricarte, é a segunda vítima de feminicídio em Mato Grosso do Sul em 2025. O primeiro caso aconteceu no dia 1º de fevereiro, em Caarapó, com a morte de Karina Corin, de 29 anos. Ela foi assassinada pelo ex-companheiro, que não aceitava o fim do relacionamento.
Nos dois casos, as vítimas chegaram a pedir medida protetiva antes dos crimes. Para a presidente do Instituto de Apoio, Capacitação e Instrução de Economia Solidária do Povo (ACIESP), Ceurecy Fátima Santiago, embora estejam recursos disponíveis para as mulheres que sofrem violência, faltam informações sobre os direitos desse público.
“Muitas vezes, elas chegam até aqui, quando a gente vai falar sobre os direitos que elas têm, elas dizem que não sabiam disso, porque não foi passado na hora do boletim de ocorrência. Então, eu acho que, na hora de fazer o boletim de ocorrência, na hora de passar por um atendimento, as vítimas precisam ter os direitos delas esclarecidos e, realmente, de fato, fazer cumprir o que está no cronograma”, avalia Ceurecy.
Vanessa Ricarte, de 42 anos, foi esfaqueada pelo ex-noivo na quarta-feira (12) na casa onde morava, em Campo Grande (MS).
Reprodução/Redes Sociais
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