Fantástico mostra como é a base de Guantánamo, que abrigará deportados por Trump

EUA controlam base em Cuba desde 1903. Local já foi prisão de suspeitos de terroristo após 11 de setembro de 2001. A base militar de Guantánamo, o novo destino de imigrantes que tentam entrar ilegamente nos Estados Unidos
Esta semana, o complexo militar dos Estados Unidos em Guantánamo se tornou destino para imigrantes ilegais.
O Fantástico mostra um pouco da história dessa base americana em Cuba, que até hoje mantém presos suspeitos de terrorismo, à espera de julgamento.
Baía de Havana. Os norte-americanos deitavam e rolavam na Cuba dos anos 1940! Em “Aconteceu em Havana”, Carmen Miranda, estrela de Hollywood, cantava as maravilhas da ilha caribenha, coladinha na Flórida.
Mas tudo mudou a partir de 1959, com a revolução de Che Guevara e Fidel Castro. Estados Unidos e Cuba se afastaram. Fidel alinhou seu país com a comunista União Soviética.
E assim, a Cuba do filme da Carmen Miranda e a Cuba do regime de esquerda parecem dois países muito diferentes. Mas uma coisa elas tinham, e têm, em comum.
A base militar de Guantánamo. Uma área que os Estados Unidos controlam dentro de Cuba. Desde 1903. Ela fica na baía de Guantánamo, no sudeste da ilha. E a origem desse arranjo meio esquisito foi uma situação histórica muito diferente da atual.
“Cuba e Estados Unidos eram mais ou menos aliados. Porque efetivamente os Estados Unidos haviam expulsado a Espanha do Caribe, Cuba era a última colônia espanhola na região. E no acordo de 1903, Cuba cede Guantánamo para os Estados Unidos construírem uma base militar ali.”, explica Roberto Moll, professor de História da UFF.
Até hoje os Estados Unidos depositam em juízo o aluguel de cerca de R$ 24 mil. Baratinho, porque a base de Guantánamo tem cerca de 116 quilômetros quadrados, mais ou menos o tamanho de Niterói, no estado do Rio.
As instalações têm alojamentos, ancoradouros, pista de pouso, lojas, lanchonetes. Uma minicidade americana em plena Cuba. E a base de Guantánamo tem também duas prisões.
Uma delas, botou Guantánamo no centro do noticiário logo depois dos atentados de 11 de setembro de 2001.
Mais de 700 suspeitos de pertencer ao Talibã, grupo radical do Afeganistão, e à organização terrorista Al Qaeda, de Osama bin Laden, foram levados para lá.
E a prisão para suspeitos de terrorismo não é única da base de Guantánamo. Existe também outra, pra alojar migrantes ilegais.
Em 1994, por exemplo, milhares de haitianos e cubanos, que tentavam chegar à Flórida de barco, foram desviados pra Guantánamo. E esta semana o governo Trump despachou pra lá dez homens que estavam ilegalmente nos Estados Unidos. Seriam de uma quadrilha da Venezuela. Segundo o presidente, é só o começo.
Os americanos dificultam muito o acesso à base. Até advogados reclamam da dificuldade pra ter contato com os presos. Mesmo nas audiências, mil restrições. Quem acompanhava os julgamentos ficava isolado por um vidro.
Hoje em dia, as prisões de Guantánamo são quase instalações-fantasmas. Na área para suspeitos de terrorismo, que já alojou centenas, a imensa maioria acabou libertada sem acusação formal. Restam cerca de 15 homens. Entre eles, Kahlid Sheik Mohammed, apontado como o mentor do onze de setembro, e que até hoje não foi julgado.
Já na ala para os imigrantes, que está sendo ampliada às pressas, esperam-se mais e mais levas de prisioneiros.
Na base de Guantánamo, agora controlada com mão de ferro por Donald Trump, não existe nenhum espaço praquela Cuba festeira que, no século passado, Carmen Miranda eternizou.
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