Fezes, janelas e até nudez: os 10 impostos mais bizarros cobrados ao longo da história

Ao longo da história, diversos governos ao redor do mundo implementaram impostos bizarros para aumentar a arrecadação dos cofres públicos ou até mesmo controlar hábitos da população. Muitas dessas taxas surgiram em momentos de crise econômica, quando os governantes precisavam de soluções criativas para equilibrar as contas públicas.

Janelas fechadas para evitar impostos bizarros

Moradores do Reino Unido fecharam janelas para evitar taxação, um dos impostos bizarros – Foto: Reprodução/ND

Em alguns casos, as consequências foram tão drásticas que afetaram a economia local e a saúde pública, um deles gerou até mesmo a Revolução Francesa.

Ao mesmo tempo que os governantes demonstravam criatividade ao criar impostos bizarros, a população também dava um jeito de burlar as taxas abusivas.

Imposto sobre Seios (Mulakkaram – século XIX)

O Mulakkaram era um imposto cobrado especificamente de mulheres das castas mais baixas da Índia, como os Dalits (anteriormente chamados de intocáveis). Essas mulheres precisavam pagar uma taxa se quisessem cobrir os seios em público.

Andar com o corpo coberto era visto como um privilégio reservado às mulheres das castas superiores, enquanto as das castas inferiores eram forçadas a permanecer com os seios descobertos como símbolo de submissão e inferioridade.

Indianos sem blusa lavando roupa no rio

Taxa para cobrir os seios, um dos impostos bizarros, virou história de um filme indiano – Foto: Reprodução/Youtube/ND

Imposto sobre janelas (Reino Unido, 1696-1851)

Introduzido na Inglaterra pelo rei Guilherme III, esse imposto cobrava dos proprietários de imóveis com base no número de janelas que suas casas possuíam. Muitos moradores resolver fechar suas janelas para evitar a taxação e a medida ficou conhecida como “imposto sobre a luz do dia”.

Imposto sobre barbas (Rússia, 1698)

O czar Pedro, o Grande, queria modernizar a Rússia e se aproximar dos padrões ocidentais, onde o rosto com barba curta era visto como sinal de civilização. Ou seja, homens que quisessem manter suas barbas grandes tinham que pagar uma taxa e carregar uma “nota fiscal”.

Imposto sobre sal (França, século XIV até a Revolução Francesa)

O Imposto sobre o sal, conhecido como gabelle, foi uma taxa obrigatória cobrada na França a partir do século XIV, especialmente durante o reinado de Filipe VI. Como era usado para conservar alimentos, os moradores não conseguiam fugir do imposto.

Pintura sobre a Revolução Francesa

Taxa sobre o sal, um dos impostos bizarros, originou a Revolução Francesa – Foto: Reprodução/ND

Os cidadãos eram obrigados a comprar uma quantidade mínima de sal de armazéns controlados pelo governo, mesmo que não precisassem. A nobreza e o clero, em muitos casos, eram isentos ou pagavam menos, o que aumentava a insatisfação.

O imposto foi um dos fatores que contribuíram para a Revolução Francesa. A gabelle foi abolida em 1790, mas chegou a ser reinstaurada brevemente por Napoleão antes de ser eliminada de vez em 1945.

Imposto sobre tijolos (Reino Unido, 1784-1850)

O Imposto sobre Tijolos foi introduzido no Reino Unido em 1784 pelo governo de William Pitt, o Jovem, como uma forma de arrecadar fundos após as despesas da Guerra da Independência Americana. O imposto cobrava uma taxa sobre cada tijolo produzido ou vendido.

O imposto era calculado com base no número de tijolos usados. Isso levou os fabricantes a produzirem tijolos maiores para reduzir a quantidade necessária por construção. A taxa permaneceu em vigor até 1850, quando foi abolido devido à pressão de indústrias e da população.

Imposto sobre chapéus (Reino Unido, 1784-1811)

Homens britânicos que usassem chapéus tinham que pagar um imposto baseado no valor do acessório. Chapéus mais caros resultavam em taxas mais altas.

Para burlar o imposto, algumas pessoas começaram a usar outros tipos de acessórios que não eram tecnicamente considerados “chapéus”, como toucas e gorros.

Imposto sobre fezes (China, Dinastia Tang, 618-907 d.C.)

Pintura sobre a Dinastia Tang

Imposto sobre as fezes, um dos impostos bizarros, aconteceu na Dinastia Tang – Foto: Reprodução/Youtube/ND

Durante a Dinastia Tang (618-907 d.C.), na China, o governo implementou um imposto sobre o uso de fezes humanas como fertilizante agrícola. Na época, o esterco humano, conhecido como “fertilizante noturno”, era muito utilizado nas plantações por ser fácil de encontrar.

O imposto criou um mercado regulado para o comércio de fezes, com coletadores especializados que transportavam o fertilizante das cidades para as áreas rurais.

Imposto sobre perfumes (Roma Antiga)

Na Roma Antiga, os perfumes e óleos aromáticos eram considerados itens de luxo, usados tanto para higiene pessoal quanto em rituais religiosos e cerimônias públicas.

Devido à sua popularidade entre as classes mais altas e ao custo elevado de produção, já que muitos ingredientes eram importados do Oriente Médio e da Índia, o governo romano implementou um imposto sobre perfumes para aumentar a arrecadação.

Imposto sobre tatuagens (Japão, Era Edo, 1603-1868)

Durante a Era Edo (1603-1868) no Japão, as tatuagens eram usadas para fins estéticos e espirituais, mas, com o tempo, passaram a ser associadas a criminosos.

Desta forma, o governo Tokugawa implementou um imposto sobre tatuagens, cobrando uma taxa adicional de pessoas que optavam por se tatuar.

Imposto sobre sobrancelhas (Império Otomano)

Durante o Império Otomano, havia impostos para diferentes tipos de pelos faciais, incluindo sobrancelhas grossas. Esse imposto era parte de uma série de taxas sobre aparências e estilos pessoais.

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