Polo magnético da Terra se move em direção à Sibéria, descobrem cientistas; veja os impactos

Após uma análise detalhada, cientistas da BGS (British Geological Survey) descobriram que o polo magnético da Terra está se movendo em direção à Sibéria, na Rússia. A atualização foi registrada no WMM (Modelo Magnético Mundial), uma ferramenta essencial para monitorar as constantes e imprevisíveis mudanças do polo magnético norte.

Imagem de um mapa e por cima dele uma bussóla

O polo magnético da Terra está indo em direção à Sibéria, na Rússia – Foto: Canva/ND

O processo de atualização, realizado a cada cinco anos, é fundamental para garantir a precisão dos sistemas de navegação que dependem do polo magnético terrestre. Vale ressaltar que este campo desempenha um papel crucial na proteção contra a radiação solar e é essencial para a navegação, servindo de base para instrumentos como as bússolas.

No entanto, segundo o BGS, o funcionamento do polo magnético é influenciado pelo núcleo de ferro derretido do planeta, que provoca deslocamentos constantes. Desde sua descoberta em 1831, ele já percorreu cerca de 1,1 mil km em direção à Sibéria, com variações significativas na velocidade. Entre 1999 e 2005, por exemplo, a taxa de deslocamento aumentou de 15 km para 60 km por ano. Atualmente, o ritmo caiu para 35 km anuais.

Mudanças no polo magnético da Terra

Para acompanhar essas mudanças, cientistas de instituições como oNCEI (National Centers for Environmental Information) e o BGS atualizaram o WMM, garantindo previsões mais precisas para os próximos cinco anos. Esse modelo é adotado por organizações como a OTAN e governos dos Estados Unidos e Reino Unido para manter sistemas de navegação, desde companhias aéreas até dispositivos móveis, funcionando corretamente.

Planeta Terra com fios azuis ao seu redor

O funcionamento do polo magnético é influenciado pelo núcleo de ferro derretido do planeta, que provoca deslocamentos constantes – Foto: Imagem gerada por IA/ND

Conforme o geofísico do BGS William Brown, a necessidade de atualizações regulares decorre da natureza caótica do campo magnético terrestre.

“O modelo precisa ser revisto porque o polo magnético não se move de maneira regular. Com cinco anos de novos dados, conseguimos previsões mais confiáveis”, afirmou em entrevista ao portal Live Science.

Estudos acadêmicos apontam que mudanças no campo magnético podem impactar dispositivos eletrônicos e redes elétricas. Uma pesquisa do Journal of Geophysical Research indica que as alterações abruptas na intensidade do campo magnético podem afetar satélites e sistemas de comunicação. Em 2019, por exemplo, uma mudança inesperada exigiu uma atualização emergencial do WMM para evitar falhas na navegação em regiões próximas ao ártico.

Incertezas no polo magnético

Apesar da incerteza sobre o futuro do polo magnético, a nova atualização sugere que as previsões anteriores estavam corretas. Arnaud Chulliat, cientista da Universidade do Colorado em Boulder, afirmou à CNN que “as previsões foram bastante precisas, e os novos dados confirmam que não estávamos muito longe da realidade”.

Os cientistas continuarão monitorando o polo magnético norte e, se não houver mudanças inesperadas, uma nova atualização do modelo só será necessária em 2029. Enquanto isso, o polo magnético da Terra segue sua dinâmica imprevisível.

Imagem de bússola em mão de pessoa

Os cientistas continuarão monitorando o polo magnético norte e, se não houver mudanças inesperadas – Foto: Canva/ND

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