Em 2023, dado mais recente divulgado, a maior parte dos estudantes que saíram de casa para cursar uma universidade é do Distrito Federal – quase 60%. Depois vem São Paulo, onde 46% dos aprovados no Sisu decidiram fazer faculdade em outros estados. Estudantes de todo país se preparam para mudar de casa e começar a vida universitária
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Terminou nesta segunda-feira (3) o prazo para os aprovados no Sisu fazerem a matrícula nas faculdades públicas em que foram selecionados. Estudantes de todo país se preparam para mudar de casa e começar a vida universitária.
Começar a faculdade é, para muita gente, uma mudança ao pé da letra. E com o destino determinado pelo Sisu – o Sistema de Seleção Unificada. Dinah Saraiva de Miranda, que há dois anos saiu do Piauí para fazer cursinho em São Paulo, agora está de mudança para o Rio de Janeiro. A UFRJ era mesmo a primeira opção dela, que vai cursar Medicina. A estudante conquistou a vaga com a nota do Enem.
“A sensação é de que eu estou indo agora para outro mundo, outro contexto. Mas eu me sinto mais forte para enfrentar isso agora que eu já passei por essa primeira mudança”, afirma Dinah.
O Sisu abriu caminho para universidades do país inteiro sem que os estudantes precisem sair da cidade onde moram para prestar vestibular. Em compensação, agora, começa o maior movimento migratório de estudantes do ano todo. Um vai e vem de jovens pelo Brasil que se mudam para cursar uma faculdade pública.
Em 2023, último dado divulgado, a maior parte dos estudantes que saíram de casa para cursar uma universidade foi do Distrito Federal – quase 60%. Depois vem São Paulo, onde 46% dos aprovados no Sisu decidiram fazer faculdade em outros estados. Muitos alunos do Pará e de Santa Catarina também partiram de suas cidades para estudar.
Beatriz Valentine, de 22 anos, mora em São Paulo e no segundo semestre vai para Feira de Santana, na Bahia, estudar Medicina. A escolha também levou em conta o custo de vida na cidade e o preço das passagens para voltar para casa quando a saudade apertar.
“Saiu o resultado, minha mãe e eu começamos a entrar naqueles sites de imóveis, já me colocaram no grupo de calouros. E o pessoal lá super receptivo já me indicando: ‘Vai para esse tal bairro, esse tal condomínio”’ e aí é bem interessante. É um lugar mais barato”, conta Beatriz.
Cláudia Costin, especialista em educação, diz que o planejamento financeiro é muito importante para evitar a evasão”.
“Muitas federais criaram – e estaduais também – apoios adicionais, seja oferecendo moradia… Algumas federais dão assistência inclusive psicológica para o estudante que está voltando, porque eles têm que ser muito resilientes. Mudar de cidade, especialmente para quem não tem um orçamento familiar muito grande é desafiador”.
O MEC – Ministério da Educação informou que oferece bolsa para apoiar a permanência de estudantes nas instituições. Em 2024, o investimento foi de R$ 1,5 bilhão. Beatriz e Dinah querem embarcar logo para o futuro que sonharam.
“As aulas começam dia 3 de março. Lá tem residência estudantil e eu espero ficar lá. Mas se não der certo já penso também em uma república ou na casa de colegas, mas eu sei que eu vou”, diz Dinah.
“O meu sonho da minha vida é ser uma grande pesquisadora, ser uma cientista. Eu quero colaborar com a ciência no Brasil. E mulheres precisam estar nesse meio. Eu quero fazer parte disso”, afirma Beatriz.
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