Nazistas no Brasil: veja alerta que o iG fez 10 dias atrás

Grupos do Telegram de supremacia que o brasileiro supostamente comandavaReprodução/Michele Prado

Há dez dias, o iG publicou uma matéria que trouxe à tona a ameaça crescente de grupos neonazistas no Brasil, destacando o brasileiro Ciro Daniel Amorim Ferreira como um dos líderes do “Coletivo Terrorgram”. Este grupo extremista, descrito como uma rede transnacional de supremacistas brancos, utiliza o Telegram para promover ideologias de ódio, instigar ataques violentos e compartilhar materiais sobre a fabricação de armas e explosivos.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos classificou Ferreira e outros dois integrantes da organização – um croata e um sul-africano – como terroristas globais. O documento aponta que o “Terrorgram” incita ações violentas contra minorias e instituições, destacando casos como o ataque a um bar LGBTQI+ na Eslováquia e um atentado planejado em Nova Jersey, além de conexões com crimes ocorridos no Brasil.

Na época, a diretora da ONG Stop Hate Brasil, Michele Prado, ressaltou que o Terrorgram já vinha sendo utilizado para a radicalização de jovens brasileiros. “Identificamos ligações entre membros do Terrorgram e subgrupos online prejudiciais que contribuíram para a radicalização de crianças e adolescentes, causando ataques violentos em ambientes escolares”, afirmou Michele.

O iG também destacou que, segundo relatório da Polícia Federal, a rede foi associada ao caso do jovem de 16 anos que, em 2022, atacou uma escola em Aracruz (ES), matando quatro pessoas. Vestido com símbolos neonazistas, o estudante foi apontado como um exemplo da influência nociva dessas redes extremistas.

O aumento do neonazismo no Brasil

Esse cenário foi reforçado por dados da organização Stop Hate Brasil. Um relatório apontou que o número de bandas neonazistas no Brasil cresceu significativamente, com 125 grupos identificados, especialmente em estados como São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro. Essas bandas utilizam o gênero black metal para disseminar mensagens de ódio contra negros, judeus e a comunidade LGBTQIAP+, tendo lançado mais de 650 álbuns que circulam até mesmo em plataformas digitais populares.

“O universo extremista não é apenas uma questão nacional, mas global. Esses grupos têm uma aptidão assustadora para captar jovens e adolescentes, muitas vezes sem discernimento para resistir ao tipo de conteúdo que consomem”, alertou Flávio Rolin, delegado da Polícia Federal, em uma entrevista recente.

A gravidade da situação exige respostas enérgicas das autoridades brasileiras. As ligações entre grupos neonazistas e redes internacionais, como o Terrorgram, demonstram que o Brasil está longe de ser um caso isolado no enfrentamento ao extremismo, mas sim parte de um problema global que precisa ser combatido com urgência.

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