Mãe e padrasto são denunciados por tentativa de homicídio contra crianças em SC

A mãe e o padrasto presos em flagrante por agredir duas crianças em Videira, no Meio-Oeste de Santa Catarina, no último domingo (19), foram denunciados por tentativa de homicídio e agressão. O casal segue preso, após a Justiça converter a prisão em preventiva.

Casal foi preso em flagrante por agressão contra duas crianças em Videira – Foto: Reprodução/Redes sociais

De acordo com a denúncia do Ministério Público, o padrasto é o acusado de praticar as agressões, enquanto a mãe não teria feito nada para impedi-lo, configurando o crime de omissão, uma vez que ela tem o dever de proteger as crianças.

O menino de três anos teria sido agredido com socos e um pedaço de pau. Até a quinta-feira (23), ele seguia internado na UTI de um hospital em Joaçaba sob observação. Já a menina de cinco anos teria levado tapas no rosto, ficando com marcas das agressões. Ela também recebeu atendimento médico e foi liberada um dia depois.

Réus acusados por crimes diferentes em Videira

A mãe e o padrasto foram denunciados por crimes diferentes. Um deles é tentativa de homicídio contra o menino, qualificada pelo emprego de recurso que dificultou a defesa, pela tortura e meio cruel, e pelo fato de a vítima ter menos de 14 anos. Já o outro crime é agressão contra a menina, configurando “vias de fato”.

O objetivo, segundo o Ministério Público, é que eles sejam julgados e condenados pelo Tribunal do Júri. Na denúncia, o MP também pediu que a mãe e o padrasto sejam impedidos de exercer poder familiar sobre as vítimas. O processo corre em segredo de justiça, por envolver crianças.

Vizinhos arrombaram a porta para salvar as crianças

De acordo com o delegado Édipo Flamia Helt, da DPCAMI (Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso) de Videira, os vizinhos relataram ter ouvidos gritos de socorro da mulher durante uma discussão com o companheiro.

“A mãe chegou em casa e teve uma discussão com o companheiro, que começou a quebrar objetos e móveis da residência. Em determinado momento, a mãe gritou por socorro: ‘socorro, ele vai matar meu filho’”, diz o delegado com base no relato dos vizinhos.

Foram eles, inclusive, que arrombaram a porta e retiraram as crianças, acionando a polícia. O delegado solicitou laudos periciais do local, exames de corpo de delito e os prontuários médicos das crianças. Não há, segundo ele, histórico de agressões denunciadas à polícia na família.

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