Vítima foi resgatada na terça-feira após uma denúncia de vizinhos em Paraty. Homens passaram por audiência de custódia nesta quinta-feira. Casa onde a idosa era mantida em cárcere privado
Divulgação/Polícia Civil
Os três homens acusados de manter a idosa suíça, de 67 anos, em cárcere privado em Paraty (RJ) tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva durante uma audiência de custódia na tarde desta quinta-feira (1º).
A audiência foi realizada na Casa de Custódia de Volta Redonda, para onde foram levados na quarta-feira (31) quando foram transferidos.
“Apesar do suposto crime não ter sido praticado com violência, os fatos narrados no procedimento policial são graves; já que, em tese, a vítima era mantida em cárcere privado e aparentemente sofria maus tratos”, informa a decisão divulgada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).
Os três homens vão continuar presos por tempo indeterminado. Eles vão responder por cárcere privado duplamente qualificado, privação de liberdade por mais de 15 dias, associação criminosa e privar uma pessoa idosa de suas necessidades básicas.
“Com efeito a prisão preventiva se justifica para garantir a ordem pública e para a conveniência da instrução criminal, havendo elementos informativos que demonstram a existência do delito descrito nos autos e indícios suficientes de autoria por parte do flagranteado”, acrescenta o texto da decisão.
Entenda o caso
Idosa é resgatada de cárcere privado em Paraty
Divulgação/Polícia Civil
A Polícia Civil chegou até a residência da idosa, no bairro Ponte Branca, depois de uma denúncia feita por vizinhos no último domingo (28).
Por causa do movimento discreto no local, os moradores achavam que a casa estava vazia. Porém, os vizinhos desconfiaram que havia alguém no imóvel após escutarem um barulho e perceberem que as luzes estavam acesas.
Quando observou que havia pessoas do lado de fora da residência, a idosa gritou dizendo que não tinha como sair e que só tinha ovo para comer.
Para entrar no imóvel e resgatar a vítima, os policiais precisaram arrombar cadeados para soltar as grades. Segundo a Polícia Civil, ela sofria privação de necessidades básicas, tinha escassez de alimentos e comida imprópria para o consumo.
A Polícia Civil informou que um dos três presos por suspeita de manter a idosa suíça em cárcere privado já teve um relacionamento com ela. Os dois moraram juntos entre 2013 e 2017, na mesma casa onde a vítima foi resgatada.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, o homem, de 42 anos, disse que os dois eram amigos e foi chamado pela idosa para morar com ela. Ele, no entanto, nega o relacionamento — fato que foi confirmado por várias testemunhas.
Em 2017, o suspeito começou um outro relacionamento e deixou a residência, mas “continuou rondando o imóvel”. Por já conviver com a idosa há bastante tempo, ele tinha conhecimento do patrimônio dela, o que motivou o cárcere.
“Os fins para esse confinamento são relativos à obtenção de vantagens financeiras. Há indícios e elementos de que um dos partícipes dessa organização criminosa recebera uma escritura de um imóvel situado em Cunha (SP), no valor aproximado de R$ 1,8 milhão”, explicou o delegado Marcelo Russo.
O homem e um outro rapaz, de 27 anos, foram presos no momento em que chegavam à casa onde mantinham a idosa em cárcere privado. Eles tentaram fugir, mas foram alcançados.
Já o terceiro, um jovem, de 20 anos, apontado como um gerenciador do cárcere que passava a noite na residência, foi encontrado dentro do imóvel.
Já a idosa, que foi levada para o Hospital Municipal de Paraty com um quadro de confusão mental e certa debilidade física, permanece internada nesta quinta-feira. Ela está recebendo atenção médica e de uma equipe de assistentes sociais.
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Acusados de manter idosa suíça em cárcere privado têm prisão em flagrante convertida em preventiva
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