O que é a Lavagem do Bonfim, tradição que reúne milhares de pessoas em Salvador

Nesta quinta-feira (16) será celebrada a tradicional Lavagem do Bonfim, festa tradicional religiosa, considerada a segunda maior manifestação popular da Bahia, perdendo apenas para o Carnaval. O evento ocorre todos anos na segunda quinta-feira do mês de janeiro, misturando elementos do catolicismo e do candomblé.

Lavagem do Bonfim

Lavagem do Bonfim atrai milhares para Salvador – Foto: Fábio Marconi/ND

Como é a festa da Lavagem do Bonfim?

A Lavagem do Bonfim é marcada por um cortejo que começa na Igreja da Conceição da Praia, no bairro do Comércio, e segue em uma caminhada de aproximadamente 8 km até a Basílica do Senhor do Bonfim, localizada na Colina Sagrada, no bairro do Bonfim.

Durante o trajeto, baianas vestidas de branco, com roupas tradicionais, levam jarros com água perfumada, geralmente de alfazema. Ao chegar na igreja, ela jogam a água escadaria da igreja, simbolizando limpeza e purificação.

O cortejo é acompanhado por uma multidão de fiéis, turistas e pessoas que vão pedir ou agradecer bênçãos.

Baiana abençoando fiéis

Lavagem do Bonfim ocorre todos os anos na segunda quinta-feira de janeiro – Foto: Fábio Marconi/ND

Como começou a tradição da Lavagem do Bonfim?

Em 1745, o capitão português Theodózio Rodrigues de Faria levou para Salvador uma imagem de Jesus Cristo crucificado, representando o Senhor do Bonfim, como forma de cumprir uma promessa. Ele instalou a imagem na colina onde foi construída a Igreja do Senhor do Bonfim, inaugurada em 1754.

A lavagem começou como um costume simples, na qual pessoas escravizadas lavavam a igreja e do seu entorno antes da grande festa religiosa em homenagem ao Senhor do Bonfim, realizada no segundo domingo de janeiro.

Baianas na Lavagem do Bonfim

A tradição começou ainda no século XVIII – Foto: Fábio Marconi/ND

Durante esse processo, os escravizados também realizavam seus próprios rituais ligados ao candomblé, associando o Senhor do Bonfim a Oxalá, orixá da paz e da criação.

Ao passar dos anos, a lavagem se transformou em uma cerimônia carregada de simbolismo e sincretismo. Atualmente, a Lavagem do Bonfim é um Patrimônio Imaterial da Bahia.

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