Audiência de instrução começou na quarta-feira e termina nesta sexta-feira. Ex-deputado é acusado de tentativa de homicídio contra policiais federais durante uma operação na casa dele em Levy Gasparian no ano passado. Caso Roberto Jefferson: Justiça realiza segundo dia de audiências em Três Rios
A Justiça Federal de Três Rios (RJ) começou a ouvir na tarde desta quinta-feira (25) as testemunhas de defesa no processo em que o ex-deputado federal Roberto Jefferson é acusado de quatro tentativas de homicídio contra policiais federais. A audiência de instrução começou na quarta-feira (24) e termina nesta sexta-feira (26).
Roberto Jefferson está preso desde outubro de 2022, quando atirou com fuzil e usou granadas contra policiais federais que foram cumprir o mandado de prisão durante uma operação na casa dele, em Levy Gasparian (RJ) (relembre o caso abaixo).
Nesta quinta-feira, a juíza federal Abby Ilharco Magalhães, da 1ª Vara Federal de Três Rios, vai ouvir sete testemunhas de defesa, entre elas o ex-deputado federal Daniel Silveira, que também está preso por ataques ao STF.
Além dele, Ana Lúcia Francisco, esposa de Roberto Jefferson, também será ouvida neste segundo dia de audiência.
Roberto Jefferson vai acompanhar a audiência do Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, por vídeo.
Primeiro dia de audiência
Roberto Jefferson chega a Três Rios
Weylla Gonçalves/TV Rio Sul
Na quarta-feira, o ex-parlamentar acompanhou os depoimentos das testemunhas de acusação presencialmente.
Ao todo, sete pessoas foram ouvidas, dentre elas o delegado da Polícia Federal Marcelo Vilella, atingido na cabeça e na perna, e a policial Karina Lino Miranda de Oliveira, ferida na cabeça.
Marcelo Andrés Cortês Villela, Heron Costa Peixoto e Vinicius de Moura Secundo, todos agentes da PF, também foram ouvidos na sala de videoconferências da sede da Justiça Federal no Rio de Janeiro (RJ).
Em depoimento, os policiais disseram que foram surpreendidos pela reação de Roberto Jefferson ao tentar cumprir o mandado de prisão. Afirmaram ainda que tiveram pouco tempo para reagir quando o ex-deputado atirou contra a equipe.
Outras duas testemunhas, moradores da cidade de Levy Gasparian que presenciaram o ataque de Jefferson aos policiais, foram ouvidas presencialmente na sede da Justiça Federal de Três Rios.
Na sexta-feira (26), vai ser a vez de Roberto Jefferson ser interrogado pela juíza em Três Rios. O assistente técnico dele, Jeferson Evangelista Corrêa, vai ser ouvido na sala de videoconferências da Justiça Federal em Petrópolis (RJ).
Segundo a Justiça, essa fase do processo ainda é preliminar. As audiências não vão julgar o mérito do caso, mas sim colher elementos que sirvam para concluir se os fatos devem ou não ser levados à apreciação do Tribunal do Júri.
Relembre o caso
Roberto Jefferson reage a tiros contra agentes da PF que foram prendê-lo
O ex-deputado cumpria prisão domiciliar desde janeiro de 2022 por uma investigação do STF que apura atividades de uma organização criminosa que teria agido para atentar contra o Estado Democrático de Direito.
Jefferson descumpriu várias medidas da prisão domiciliar, como passar orientações a dirigentes do PTB, usar as redes sociais, receber visitas, conceder entrevista e compartilhar fake news que atingem a honra e a segurança do STF e seus ministros, como ao ofender a ministra Cármem Lúcia.
Inicialmente, o ministro Alexandre de Moraes tinha expedido um mandado de prisão contra Jefferson por ele ter violado medidas de prisão domiciliar. Depois, como os policiais federais foram atacados por ele com granadas e fuzil, o ministro mandou prendê-lo em flagrante sob a acusação de tentativa de homicídio.
Dois agentes foram feridos por estilhaços e receberam atendimento em um hospital da região. A PF revidou após o ataque, mas não invadiu a casa do ex-deputado.
Depois de passar 8h desrespeitando a ordem do STF, Jefferson se entregou à polícia durante a noite. Ele está preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, no Rio de Janeiro (RJ).
Roberto Jefferson em presídio no Rio
Montagem/g1
Em dezembro de 2022, o Ministério Público Federal denunciou o ex-deputado por quatro tentativas de homicídio, resistência qualificada, posse ilegal de arma de fogo de uso restrito e munição de uso permitido e restrito e por posse de três granadas adulteradas.
No começo deste mês de maio, o STF formou maioria de votos para manter a prisão preventiva de Roberto Jefferson.
Ao Supremo, a defesa do ex-deputado afirmou que não há elementos que justifiquem a manutenção da prisão preventiva, além de que Jefferson possui um quadro de saúde frágil que o coloca em risco dentro do estabelecimento prisional.
Outro argumento foi o de que ele não oferece risco a ordem pública e se compromete a cumprir todas as medidas cautelares impostas. Os advogados pediram a transferência de Jefferson para a prisão domiciliar.
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VÍDEOS: as notícias que foram ao ar na TV Rio Sul
Testemunhas de defesa são ouvidas em segundo dia de audiência do caso Roberto Jefferson
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