Escorpião-amarelo é bastante comum durante o verão no Sudeste. Vigilância Sanitária encontrou um animal morto neste ano no bairro Jardim das Acácias. A aparição do escorpião-amarelo (Tityus serrulatus), considerado o mais perigoso do Brasil, está chamando a atenção das autoridades em Porto Real (RJ). A prefeitura, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio e o Instituto Vital Brazil (IVB) trabalham em conjunto para combater uma possível proliferação do animal na cidade.
Segundo a prefeitura, neste ano, um escorpião-amarelo foi encontrado morto em um prédio público, no bairro Jardim das Acácias. Não há registros de acidente.
Escorpião-amarelo tem a picada mais potente entre todos os escorpiões do Brasil
Vitor Corrêa Dias/iNaturalist
Em 2023, entre os meses de fevereiro e agosto, quatro pessoas foram mordidas pelo animal, sendo duas no bairro Jardim das Acácias e duas no bairro de Fátima. Todas as vítimas receberam atendimento médico e passam bem.
Diante da situação, a Vigilância Sanitária da cidade procurou o IVB para criar planos de ação de prevenção à proliferação de animais peçonhentos.
Profissionais das secretarias de Saúde e Educação de Porto Real estão sendo treinados pelo IVB, com foco na prevenção e nas ações a serem tomadas principalmente em caso de acidentes com crianças.
“Uma das estratégias essenciais que desenhamos para lidar com essa situação é o apoio teórico e prático às prefeituras para a identificação, prevenção e controle da proliferação de escorpiões. Isso inclui, por exemplo, a capacitação dos técnicos municipais de vigilância e agentes de saúde”, disse Claudio Maurício Vieira, biólogo e coordenador do Laboratório de Artrópodes do IVB.
Além de Porto Real, o IVB também monitora uma infestação de escorpião-amarelo em Búzios, na Região dos Lagos do Rio, onde só no começo de fevereiro houve a captura de 200 animais.
O escorpião-amarelo é comum no Sudeste durante o verão por conta do aumento do número de insetos. De acordo com o IVB, apesar de perigoso, o índice de óbitos após uma picada é baixo.
A prefeitura orienta que, caso seja picado, o morador deve procurar atendimento no Hospital São Francisco de Assis. O paciente será avaliado e, em caso de necessidade, será encaminhado a um polo da Secretaria Estadual de Saúde para receber um soro.
O escorpião-amarelo, o Tityus serrulatus, é considerado o mais perigoso do Brasil
Instituto Vital Brazil
Medidas preventivas
Manter jardins e quintais limpos;
Evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico e material de construção nas proximidades das casas;
Evitar folhagens densas (plantas ornamentais, trepadeiras, arbusto, bananeiras e outras) junto a paredes e muros das casas;
Manter a grama aparada;
Limpar periodicamente os terrenos baldios vizinhos, pelo menos, numa faixa de um a dois metros junto das casas;
Sacudir roupas e sapatos antes de usá-los, pois aranhas e escorpiões podem se esconder neles e picar ao serem comprimidos contra o corpo;
Combater a proliferação de insetos, para evitar o aparecimento dos aracnídeos que deles se alimentam;
Verificar a presença destes animais em hortifrutigranjeiros;
Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos entre o forro e paredes para impedir o trânsito de escorpiões e aranhas pela residência.
Sobre o escorpião-amarelo
Escorpião amarelo é mais comum na zona urbana e o que causa mais acidentes
Tony Winston/Agência Brasília
Dos 182 escorpiões que ocorrem no Brasil, apenas quatro são perigosos, são eles: o escorpião-amarelo (T. serrulatus), o escorpião-amarelo-do-Nordeste (T. stigmurus), escorpião-marrom (T. bahiensis) e o escorpião-preto-da-Amazônia (T. obscurus).
Esses artrópodes são carnívoros e da mesma classe das aranhas. Com uma glândula de veneno, são considerados animais peçonhentos, com condições naturais para injetá-lo em presas e predadores. O veneno é considerado neurotóxico, pois o efeito vai além do local da picada, podendo ser sentido em todo o corpo.
“Tityus serrulatus é o causador do maior número de acidentes no país. Eles medem de 5 a 7 cm e, apesar do nome, possuem o corpo escuro com as pernas amarelas. São capazes de se reproduzir por partenogênese, ou seja, sem a necessidade de um macho”, explicou o estudante de biologia Fernando Daros em entrevista ao g1 Campinas em janeiro deste ano.
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Aparição do escorpião mais perigoso do Brasil chama atenção de autoridades em Porto Real
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