Justiça Federal começa a ouvir testemunhas do caso em que Roberto Jefferson é acusado de tentar matar policiais federais


Audiência de instrução começa nesta quarta-feira. Ex-deputado, preso desde o ano passado, vai ser interrogado na sexta-feira. Ele foi denunciado pelo MPF após atirar com fuzil e usar granadas contra policiais que cumpriam ordem de prisão em Levy Gasparian. Ex-deputado Roberto Jefferson durante entrevista em São Paulo
JF Diorio/Estadão Conteúdo/Arquivo
A Justiça Federal de Três Rios (RJ) começa, na tarde desta quarta-feira (24), a audiência de instrução do processo em que o ex-deputado federal Roberto Jefferson é acusado de quatro tentativas de homicídio contra policiais federais. Além de Jefferson e seu assistente técnico, também serão ouvidas testemunhas de acusação e defesa.
Roberto Jefferson está preso desde outubro de 2022, quando atirou com fuzil e usou granadas contra policiais federais que foram cumprir o mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na casa dele, em Comendador Levy Gasparian (RJ). Relembre o caso abaixo.
Nesta quarta-feira, o juiz federal Abby Ilharco Magalhães, da 1ª Vara Federal de Três Rios, vai ouvir as testemunhas de acusação, entre elas o delegado da Polícia Federal Marcelo Vilella, atingido na cabeça e na perna, e a policial Karina Lino Miranda de Oliveira, ferida na cabeça.
Além deles, Marcelo Andrés Cortês Villela e Heron Costa Peixoto e Vinicius de Moura Secundo, todos agentes da PF, serão ouvidos na sala de videoconferências da sede da Justiça Federal no Rio de Janeiro (RJ).
Já duas testemunhas, moradores da cidade de Levy Gasparian que presenciaram o ataque de Jefferson aos policiais, serão ouvidas presencialmente na sede da Justiça Federal de Três Rios.
Na quinta-feira (25), será a vez das testemunhas de defesa. Algumas delas serão ouvidas por videoconferências e outras na sede da Justiça Federal de Três Rios.
Na sexta-feira (26), vai ser a vez de Roberto Jefferson ser interrogado pelo juiz. Ele será levado para a sede da Justiça Federal em Três Rios. O assistente técnico dele, Jeferson Evangelista Corrêa, vai ser ouvido na sala de videoconferências da Justiça Federal em Petrópolis (RJ).
O g1 entrou em contato com a defesa de Roberto Jefferson, que não havia se pronunciado até a publicação desta reportagem.
Relembre o caso
O ex-deputado cumpria prisão domiciliar desde janeiro de 2022 por uma investigação do STF que apura atividades de uma organização criminosa que teria agido para atentar contra o Estado Democrático de Direito.
Jefferson descumpriu várias medidas da prisão domiciliar, como passar orientações a dirigentes do PTB, usar as redes sociais, receber visitas, conceder entrevista e compartilhar fake news que atingem a honra e a segurança do STF e seus ministros, como ao ofender a ministra Cármem Lúcia.
Inicialmente, o ministro Alexandre de Moraes tinha expedido um mandado de prisão contra Jefferson por ele ter violado medidas de prisão domiciliar. Depois, como os policiais federais foram atacados por ele com granadas e fuzil, o ministro mandou prendê-lo em flagrante sob a acusação de tentativa de homicídio.
Dois agentes foram feridos por estilhaços e receberam atendimento em um hospital da região. A PF revidou após o ataque, mas não invadiu a casa do ex-deputado.
Depois de passar 8h desrespeitando a ordem do STF, Jefferson se entregou à polícia durante a noite. Ele está preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, no Rio de Janeiro (RJ).
Em dezembro de 2022, o Ministério Público Federal denunciou o ex-deputado por quatro tentativas de homicídio, resistência qualificada, posse ilegal de arma de fogo de uso restrito e munição de uso permitido e restrito e por posse de três granadas adulteradas.
No começo deste mês de maio, o STF formou maioria de votos para manter a prisão preventiva de Roberto Jefferson.
Ao Supremo, a defesa do ex-deputado afirmou que não há elementos que justifiquem a manutenção da prisão preventiva, além de que Jefferson possui um quadro de saúde frágil que o coloca em risco dentro do estabelecimento prisional.
Outro argumento foi o de que ele não oferece risco a ordem pública e se compromete a cumprir todas as medidas cautelares impostas. Os advogados pediram a transferência de Jefferson para a prisão domiciliar.
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