
Levantamento mostra que custo da cesta básica foi de R$ 586,83 em outubro deste ano. Pesquisa foi feita pela Secretaria de Planejamento (Seplan), que a partir de agora passa a fazer levantamento mensal na capital. Levantamento foi feito com base na lista de produtos usada pelo Dieese
Caíque Rodrigues/g1 RR/Arquivo
O valor da cesta básica de alimentos em outubro deste ano custou R$ 586,83 ao trabalhador que vive em Boa Vista, valor equivalente a 41,5%, quase metade do salário mínimo de R$ 1.412. O levantamento é da Secretaria de Planejamento (Seplan), órgão do governo estadual que a partir de agora passa a monitorar o custo mensal da cesta.
Ao todo, foram pesquisados 14 alimentos que integram a cesta básica, considerando a quantidade mínima de cada item necessária para o mês. São eles:
Açúcar – 3 Kg;
Arroz – 3,6 Kg
Banana – 7,5 Kg
Café – 600 g
Carne – 2,25 Kg
Farinha – 3 Kg
Feijão – 4,5 Kg
Frango – 2,25 Kg
Leite – 6 L
Mandioca – 6 Kg
Manteiga – 750 g
Óleo – 750 ml
Pão – 6 Kg
Tomate – 9 Kg
Para chegar ao valor da cesta por mês, a Coordenação Geral de Estudos Econômicos e Sociais da Seplan dividiu a capital em oito zonas, separadas em 57 bairros. O levantamento foi feito em 67 mercados.
Veja os bairros que correspondem a cada zona:
Zona 1: 31 de março, Caçari, Canarinho, Dos Estados, Nossa Senhora Aparecida, Paraviana, São Francisco, São Pedro.
Zona 2: Aeroporto, Caranã, Cauamé, Jardim Caranã, Jardim Floresta, Monte Cristo, Said Salomão, União.
Zona 3: 13 de setembro, Calunga, Centro, Marechal Rondon, Mecejana, Pricumã, São Vicente.
Zona 4: Asa Branca, Buritis, Caimbé, Cambará, Liberdade, Santa Tereza, Tancredo Neves.
Zona 5: Centenário, Cinturão Verde, Jardim tropical, Jóquei Clube, Olímpico, Profa. Araceli Souto Maior, São Bento.
Zona 6: Bela Vista, Distrito Industrial, Dr. Ayrton Rocha, Nova Cidade, Operário, Raiar do Sol, Vila Primavera.
Zona 7: Alvorada, Cidade Satélite, Dr. Sílvio Leite, Equatorial, Jardim Primavera, Murilo Teixeira, Psicultura.
Zona 8: Dr. Sílvio Botelho, Laura Moreira, Nova Canaã, Pintolândia, Santa Luzia, Senador Hélio Campos.
Agora, veja o valor da cesta básica identificado em cada uma das oito zona definidas pela Seplan:
Valor da cesta básica por zona territorial (em reais)
A pesquisa da Seplan aconsiste em monitorar a evolução do custo mensal dos itens presentes nas cestas básicas de alimentos em Roraima. Os dados permitirão uma compreensão clara do custo de vida local.
Para ter como base, a equipe técnica utiliza os mesmo indicadores que o Dieese atribui a outras 16 capitais brasileiras.
O levantamento mostrou que o valor da cesta básica em Boa Vista é 9,7% menor que em Belém, capital do Pará – a única cidade do Norte onde há pesquisa do Dieese.
Além disso, a cesta da capital roraimense é 27,2% mais barata que a da cidade de São Paulo, e 13% mais cara que a de Aracaju, que são as cidades com as cestas mais caras e baratas, respectivamente. No geral, Boa Vista é a sexta capital com o valor mais baixo.
A economista e coordenadora-geral de Estudos Econômicos e Sociais da Seplan, Jádila Andressa Gomes, explicou que cada produto pesquisado está associado a três marcas diferentes, sendo duas marcas fixas e uma terceira marca variável. A seleção das marcas foi feita por meio de um levantamento in loco realizada nos supermercados durante a fase de teste da coleta de dados.
“A pesquisa é realizada pelo Dieese em outros Estados e já foi realizada em Roraima, mas não teve continuidade. Então, a Seplan resolveu tomar a iniciativa de realizar aqui. As equipes utilizaram a mesma metodologia. O diferencial é que realizamos pesquisas de preços de produtos de higiene pessoal e cesta de limpeza de produtos domésticos. Essas duas últimas têm metodologia adaptada do estado do Acre”, explicou a economista.
Antes do trabalho da Seplan, o g1 chegou a fazer o acompanhamento do valor da cesta básica. No último, feito em fevereiro deste ano, o valor médio era de R$ 702,28, 16,4% menor do que o registrado na pesquisa atual.
A pesquisa é realizada sempre nas duas primeiras semanas do mês e publicada na primeira semana do mês subsequente.
“Precisamos que o Dieese, responsável pela pesquisa em outros estados, também divulgue seus resultados para podermos fazer comparações. Em dezembro, teremos a Cesta Natalina, que inclui produtos para a ceia de Natal, e em janeiro, a Cesta de Material Escolar. Serão duas pesquisas extras”, ressaltou.
Frutas em um supermercado em Boa Vista, Roraima
Caíque Rodrigues/g1 RR/Arquivo
Supermercado em Boa Vista
Caíque Rodrigues/g1 RR
O levantamento do Seplan também pesquisou o preço dos produtos básicos de limpeza em Boa Vista em outubro. O preço médio é de R$ 74,49.
O produto com maior peso na cesta foi a vassoura, representando 29,1% do valor total do grupo. Entretanto, trata-se de um item que tende a ter uma durabilidade maior, não sendo necessário comprá-lo todos os meses, na maioria dos casos.
Outros itens que tiveram uma participação relevante foram o sabão em barra (20,5%), o inseticida (18,0%) e o sabão em pó (12,6%). Os demais itens tiveram participação inferior a 10% do custo total.
Custo da cesta básica de produtos de limpeza doméstica em outubro de 2024
Corredor de supermercado em na zona Oeste de Boa Vista
Caíque Rodrigues/g1 RR
A proposta do estudo consiste em oferecer um indicador regional contínuo, por entender que a ausência dessas informações dificultam a análise precisa das variações de preços e do impacto da inflação sobre o poder de compra da população local, explicou o secretário-adjunto de Planejamento, Fábio Martinez.
“A partir de uma análise contínua, será possível identificar essas flutuações no custo de vida. Esses dados irão trazer mais transparência, além de ajudar no planejamento financeiro da população, possibilitando o acompanhamento das oscilações de preços e o impacto delas no seu orçamento ao final de cada mês”, frisou.
Ele acrescentou ainda que, com a pesquisa, será possível obter um parâmetro econômico de Roraima, criando referenciais para analisá-los.
“Esse trabalho também fortalece a economia local, melhora o entendimento do cenário econômico e contribui para uma gestão mais eficiente dos recursos públicos, para uma formulação de políticas públicas mais adequada à realidade do nosso estado”, reiterou o adjunto da Seplan.
O resultado da pesquisa está disponível no site da Seplan.
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