CSN diz que vai investir R$ 700 milhões para melhorar a qualidade do ar em Volta Redonda


Investimento foi anunciado por diretores da empresa durante reunião no Palácio da Guanabara. Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Inea prometeram fazer uma revisão na legislação que regulamenta os padrões de qualidade do ar. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) informou que vai investir R$ 700 milhões para melhorar a qualidade do ar em Volta Redonda (RJ). O anúncio foi feito nesta segunda-feira (17), durante uma reunião no Palácio da Guanabara, na sede do governo do Rio.
Segundo a empresa, esse investimento será direcionado na troca dos filtros das sinterizações e na instalação de 12 canhões de névoa no interior da usina, área considerada uma das mais críticas na dispersão de poluentes decorrentes da produção. Antes desta reunião, seriam apenas dois canhões de névoa.
A previsão é que os reparos nos filtros ocorram até setembro deste ano, reduzindo a emissão de pó preto drasticamente até que o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) seja cumprido (entenda melhor abaixo).
Encontro reuniu representantes da CSN, Inea, governo do estado do Rio e prefeitura de Volta Redonda
Divulgação/Prefeitura de Volta Redonda
O encontro também serviu para o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente selarem um acordo. As partes se comprometeram a revisar a legislação que regulamenta os padrões de qualidade do ar.
Isso porque, desde 2017, o Governo do Estado do Rio de Janeiro decidiu retirar o poluente sedimentável, como é chamado o material produzido pela CSN através de micropartículas de ferro, da lista de poluentes que precisam ser monitorados pelas autoridades ambientais.
O prefeito Neto, que também se fez presente na reunião, destacou que as ações de curto e médio prazo anunciadas pela empresa serão importantes para melhorar a situação atual, mas que é necessário que as medidas previstas no TAC entrem em vigor.
“Queremos que a CSN produza cada vez mais e polua cada vez menos. Isso é possível, pois existem recursos e tecnologia para isso”, afirmou Neto.
Opera sem licença desde 2018
Poeira no céu de Volta Redonda
Reprodução/Redes sociais
Os problemas ambientais causados pela CSN não são novidades para os moradores de Volta Redonda e nem para o Ministério Público. Desde 2018, a empresa vem funcionando sem uma licença de operação.
Isso acontece porque a siderúrgica não atendeu todos os compromissos determinados no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado junto ao Ministério Público.
Por conta desses problemas, a CSN vem pagando sucessivas multas, que estão longe de comprometer a receita com a exportação de aço. Contudo, a empresa tem a obrigação legal de cumprir todos os itens do TAC.
Problemas respiratórios
Pó preto da CSN no chão da casa de moradores em Volta Redonda
Reprodução/Redes sociais
Sem fiscalização, o pó preto segue sendo lançado no ar constantemente. O material poluente é o responsável por provocar o aumento de casos de doenças respiratórias no município.
“A poluição atinge quando ela começa a interferir na nossa qualidade de vida. Eu quero brincar com meu filho do lado de fora da casa, mas a minha preocupação é: Vai vir uma crise de asma? (…) A gente ta sempre sujo. A gente lava roupa, coloca no varal para secar e a roupa volta suja. O impacto da CSN na nossa vida hoje é sujeira”, comentou a fisioterapeuta Thais Vasconcellos.
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