

Estudantes de medicina se pronunciaram em vídeo após polêmica com paciente transplantada – Foto: Reprodução/ND
As estudantes de medicina Gabrielli Farias de Souza e Thaís Caldeira Soares Foffano se pronunciaram em vídeo neste domingo (13) sobre a polêmica envolvendo uma paciente transplantada do Incor (Hospital das Clínicas da USP). Elas foram acusadas de terem feito comentários inadequados sobre o caso.
No vídeo, Thaís Foffano afirma que as alunas não sabiam o nome completo da paciente, Vitória Chaves da Silva. Ela também reforça que não tiveram acesso a imagens da transplantada e nem as divulgaram.
“Estamos vindo a publico para dizer à família que nós realmente sentimos pela perda. E deixar claro que nossa intenção jamais foi expor. A única intenção do vídeo foi demonstrar surpresa por um caso clínico raro que tomamos conhecimento dentro de um ambiente de prática e aprendizagem médica”, disseram.
Gabrielli de Souza explica que o vídeo postado no TikTok tinha como único objetivo destacar um “caso clínico raro” vivenciado durante o aprendizado médico. Ambas expressaram pesar pela morte de Vitória e enviaram condolências à família.

Estudantes foram acusadas de zombar de paciente que teria realizado três transplantes de coração – Foto: Reprodução/ND
A defesa das estudantes de medicina já havia divulgado uma nota negando qualquer deboche ou falta de empatia. “Nosso compromisso com a vida, a dignidade humana e os princípios éticos da medicina permanece inabalável”, diz o documento.
Elas argumentaram que a condição rara da paciente despertou “curiosidade acadêmica”, levando a reflexões sobre aspectos técnicos inéditos. Ainda assim, reconheceram o erro de expor detalhes do caso nas redes sociais.
Confira o vídeo com posicionamento das estudantes de medicina
Alunas de medicina afirmam que não tiveram a intenção de expor a paciente, mas apenas mostrar um caso clínico raro – Vídeo: Reprodução/ND
Polícia investiga possível injúria no caso das estudantes de medicina
A Polícia Civil abriu inquérito para apurar se houve injúria, crime com pena de seis meses a um ano de detenção. O delegado Marco Antônio Bernardo, do 14º DP (Pinheiros), afirmou que o caso deve ser encaminhado ao Ministério Público sem denúncia.
“Imagino que o MPSP não irá oferecer denúncia contra as estudantes, porque elas não são criminosas, mesmo com o erro que cometeram”, disse. O vídeo que viralizou mencionava os três transplantes cardíacos de Vitória, fato que ajudou a família a identificar a paciente.
Dias depois da publicação, a paciente morreu. Em um momento do vídeo, uma das estudantes diz: “Ela acha que tem sete vidas?”, o que gerou diversas críticas às estudantes por usarem um possível tom satírico.
Relembre o vídeo polêmico
Vídeo viralizou no TikTok, mas foi apagado pelas estudantes – Vídeo: Reprodução/ND