
Prisão de Maicol Santos foi prorrogada na semana passada a pedido do MP e da polícia. Delegacia aguarda resultados de exames periciais para concluir investigação. Reconstituição do caso será na quinta (10), segundo pasta da Segurança. Maicol Santos confessou ter matado Vitoria Sousa. Defesa dele quer pedir anulação do interrogatório por dizer que cliente foi coagido a confessar
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A Justiça prorrogou por mais um mês a prisão temporária de Maicol Santos, único e principal suspeito de matar Vitória Sousa em Cajamar, Grande São Paulo. Ele está detido desde 8 de março por homicídio qualificado, sequestro e ocultação de cadáver.
O crime foi cometido em 27 de fevereiro. O corpo da vítima só foi encontrado em 5 de março (saiba mais abaixo).
O prazo da sua prisão temporária de 30 dias de Maicol iria terminar na próxima terça-feira (8). Por esse motivo, a Polícia Civil e o Ministério Público (MP) pediram a prorrogação da temporária pelo mesmo período. Ela deverá expirar no começo de maio.
A informação foi confirmada na segunda-feira (7) ao g1 pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) por meio de nota.
“A Polícia Civil informa que a Justiça acatou, na sexta-feira (4) o pedido de prorrogação de prazo para a prisão do autor”, informa trecho do comunicado da pasta da Segurança.
A delegacia que investiga o caso pediu a prorrogação da prisão de Maicol porque aguarda resultados periciais para poder concluir o inquérito do caso Vitória. Após isso, a polícia vai pedir a conversão da prisão temporária em preventiva.
Entre os exames pendentes estão o do DNA de uma mecha de cabelos e de sangue encontrados no carro do suspeito. A perícia irá apontar se os materiais são mesmo da vítima.
Reconstituição e confissão
Suspeito de matar Vitória disse que foi forçado a confessar
A polícia também pretende realizar a reconstituição do crime. De acordo com a Secretaria da Segurança, a reprodução simulada do caso (nome técnico da reconstituição) será feita na próxima quinta-feira (10).
A defesa de Maicol já informou que seu cliente não participará da reconstituição. O motivo é o fato de seus advogados não concordarem com o interrogatório em que ele confessou ter cometido o crime.
Apesar disso, a reconstituição será feita com base no interrogatório de Maicol sobre o assassinato. Ele confessou o crime na delegacia que investiga o caso. A confissão foi gravada em vídeo pelos policiais.
Maicol foi filmado dizendo que cometeu o assassinato sozinho. Sua defesa alega que não estava presente quando ele foi interrogado. Mas segundo a SSP, o depoimento foi legal porque policiais chamaram uma advogada, que não defendia o preso, para acompanhar a confissão.
Os advogados de Maicol, no entanto, gravaram depois um áudio no qual o preso acusa um delegado de tê-lo coagido a confessar o crime em Cajamar. Sua defesa analisa a possibilidade de usar o áudio para pedir à Justiça a anulação da confissão.
Vitória foi morta no final de fevereiro, depois de deixar o trabalho num shopping e voltar de ônibus para casa. Câmeras de segurança gravaram o momento em que ela entra no coletivo (veja vídeo abaixo). Seu corpo foi encontrado nu, uma semana depois, numa área de mata. Tinha cortes no rosto, pescoço e tórax.
Motivo do crime
Vitoria Sousa, de 17 anos, desapareceu após sair de shopping e pegar ônibus para casa em Cajamar. Grande São Paulo. Polícia analisa câmera de segurança que a gravou pela última vez e faz buscas para tentar localizá-la
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De acordo com a investigação, como o operador de empilhadeira não queria que a mulher soubesse de sua infidelidade, ele foi ao encontro da adolescente para conversar. E deu carona para ela em seu carro assim que a Vitória desceu no ponto a caminho de casa.
Segundo a polícia, Maicol assassinou Vitória porque ela ameaçava contar à esposa dele que os dois tiveram um relacionamento há cerca de um ano.
No trajeto, os dois discutiram e ele alegou que a jovem o agrediu e por isso a esfaqueou.
“Comecei a conversar com ela, que não era pra ela falar com a minha esposa, Nisso, ela se alterou e começou a brigar”, disse Maicol no vídeo da confissão do crime. “Começou a me agredir. E foi a hora que eu reagi. Sempre andei com uma faca no carro. Aí, no momento da exaltação, eu acabei desferindo um golpes no pescoço dela. Foram só dois golpes”.
Maicol disse ainda que ficou desesperado e, após ficar com ela na casa dele, decidiu enterrá-la na mata. Ambos moravam próximos num bairro na zona rural de Cajamar.
A perícia não identificou sinais de violência no automóvel de Maicol, que foi apreendido.
Família suspeita de mais envolvidos
Polícia faz buscas por jovem que desapareceu após ser seguida em Cajamar, na Grande SP
Familiares e amigos de Vitória ouvidos pela equipe de reportagem acreditam que Maicol tem participação no assassinato da adolescente. Mas acham que ele teve a ajuda de outras pessoas.
Para a polícia, no entanto, o caso está esclarecido, com o único autor identificado e a motivação do crime conhecida. Segundo a investigação, Maicol se comportava como um ‘stalker’ (alguém que persegue e monitora outra pessoa obsessivamente).
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