Pacotes custavam entre R$ 5 mil e R$ 12 mil e passageiros esperaram mais de 13 horas sem conseguir embarcar. Caso é investigado como estelionato. A Polícia investiga porque cerca de 250 turistas pagaram, mas não conseguiram embarcar num cruzeiro temático dos anos 80 e 90.
Passageiros de um cruzeiro temático no navio Costa Pacífica enfrentam uma situação de suspeita de overbooking e esperam por mais de 13 horas sem conseguir embarcar. A empresa OnBoard Entretenimento, responsável pelo evento, teria vendido mais cabines do que a capacidade do navio, causando revolta e desespero entre os turistas.
O navio Costa Pacífica deveria partir de Santos na quinta-feira, 20 de março, mas só saiu na madrugada da sexta-feira, deixando para trás cerca de 250 turistas, segundo a polícia.
Os pacotes variavam de 5 a 12 mil reais e o cruzeiro oferecia shows de artistas dos anos 80 e 90, como Jon Secada, Paulo Ricardo, Dino Fonseca e a banda Double You.
“Nós tivemos, infelizmente, uma situação de overbooking”, admite uma funcionária da empresa.
“O momento foi tenso, normal numa crise. A gente da segurança já é preparado pra isso. Alguns passageiros correram pra tentar embarcar, num momento de desespero”, afirma Matheus Paixão, gerente de segurança do terminal de passageiros.
Ele agradece a colaboração das forças de segurança: “Graças a Deus, a Polícia Civil, a Polícia Federal, junto com a guarda, conseguimos, cerca de meia hora depois, controlar a situação pra todos saírem do cais seguros.”
Muitos passageiros chegaram ao terminal em Santos por volta do meio-dia. Quem esperou por horas relata que o desgaste físico só não foi pior que a angústia provocada pela falta de informação. Já era perto da meia-noite quando os turistas receberam a notícia de que não embarcariam mais porque a venda de cabines teria sido maior que a capacidade do navio.
O casal Gerson e Telma Guadagnini França investiu na viagem o dinheiro que seria para a festa de onze anos de casamento. Telma, emocionada, desabafa: “Nossa, é totalmente frustrante. O nosso dinheiro eles não devolveram ainda. Mas o nosso sentimento, eles nunca vão conseguir devolver. Nunca, porque não tem como fazer de novo.” Telma lembra que quando falou sobre o aniversário, uma funcionária da On Board respondeu: “Vai ser um prazer celebrar com vocês.” No entanto, Telma e seu marido acabaram dormindo no chão sujo do porto.
“Depois que nós percebemos que não havia mais nenhum funcionário, que eles fecharam a porta que dá acesso ao check-in, foi quando todos nós nos juntamos e fomos pra cima, com crianças, idosos. Foi uma situação horrível. Nós pagamos R$ 11.460 e estava incluso tudo o que um cruzeiro oferece. Alimentação, serviço 24 horas de quarto, as festas” , afirma a passageira Lidiane Mascarenhas, estudante.
Investigação
A empresa OnBoard Entretenimento pagou a hospedagem de alguns turistas que não conseguiram embarcar.
Todos os envolvidos foram intimados a depor, entre eles, o dono da On Board Entretenimento, Renan Coutinho, mas ele faltou e deve ser ouvido na semana que vem.
O advogado da empresa, Eduardo Moraes, afirma que houve uma falha de sistema. “Não houve overbooking de maneira alguma, porque o navio tem capacidade para 3,7 mil passageiros, e embarcaram apenas 3,2 mil, ou seja, teve uma capacidade ociosa de cerca de 500 passageiros. Assim que foi entendido o que aconteceu, já começamos a entrar em contato com todos os clientes e passageiros que não puderam embarcar e desde segunda-feira (24) tem uma força-tarefa montada com a intenção de fazer o reembolso ou realocar essas pessoas em um próximo navio da OnBoard”, afirma.
A delegada Fernanda Herbella informa que as investigações prosseguem para apurar o que, de fato, aconteceu.
“Este inquérito foi instaurado para apurar eventual crime de estelionato., afirma a delegada.
Em nota, a empresa Costa Cruzeiros, dona do navio, lamenta que alguns passageiros tenham comparecido sem os formulários de embarque e/ou os números de reserva. A administração do cruzeiro e a lista de passageiros são exclusivamente responsabilidade do organizador do evento.
O que fazer
Rafael Quaresma, advogado especializado em direito de defesa do consumidor, orienta o que fazer em casos como este.
“O consumidor deve registrar a ocorrência, fazendo um boletim de ocorrência, e também juntando todos os documentos que comprovem gastos decorrentes da inexecução do serviço”, afirma.
O advogado acrescenta: “É importante também apresentar conversas de WhatsApp, trocas de e-mails, fotos, vídeos do local que vão demonstrar também o grau de comprometimento na estabilidade desse consumidor.”
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Passageiros de um cruzeiro temático no navio Costa Pacífica enfrentam uma situação de suspeita de overbooking e esperam por mais de 13 horas sem conseguir embarcar. A empresa OnBoard Entretenimento, responsável pelo evento, teria vendido mais cabines do que a capacidade do navio, causando revolta e desespero entre os turistas.
O navio Costa Pacífica deveria partir de Santos na quinta-feira, 20 de março, mas só saiu na madrugada da sexta-feira, deixando para trás cerca de 250 turistas, segundo a polícia.
Os pacotes variavam de 5 a 12 mil reais e o cruzeiro oferecia shows de artistas dos anos 80 e 90, como Jon Secada, Paulo Ricardo, Dino Fonseca e a banda Double You.
“Nós tivemos, infelizmente, uma situação de overbooking”, admite uma funcionária da empresa.
“O momento foi tenso, normal numa crise. A gente da segurança já é preparado pra isso. Alguns passageiros correram pra tentar embarcar, num momento de desespero”, afirma Matheus Paixão, gerente de segurança do terminal de passageiros.
Ele agradece a colaboração das forças de segurança: “Graças a Deus, a Polícia Civil, a Polícia Federal, junto com a guarda, conseguimos, cerca de meia hora depois, controlar a situação pra todos saírem do cais seguros.”
Muitos passageiros chegaram ao terminal em Santos por volta do meio-dia. Quem esperou por horas relata que o desgaste físico só não foi pior que a angústia provocada pela falta de informação. Já era perto da meia-noite quando os turistas receberam a notícia de que não embarcariam mais porque a venda de cabines teria sido maior que a capacidade do navio.
O casal Gerson e Telma Guadagnini França investiu na viagem o dinheiro que seria para a festa de onze anos de casamento. Telma, emocionada, desabafa: “Nossa, é totalmente frustrante. O nosso dinheiro eles não devolveram ainda. Mas o nosso sentimento, eles nunca vão conseguir devolver. Nunca, porque não tem como fazer de novo.” Telma lembra que quando falou sobre o aniversário, uma funcionária da On Board respondeu: “Vai ser um prazer celebrar com vocês.” No entanto, Telma e seu marido acabaram dormindo no chão sujo do porto.
“Depois que nós percebemos que não havia mais nenhum funcionário, que eles fecharam a porta que dá acesso ao check-in, foi quando todos nós nos juntamos e fomos pra cima, com crianças, idosos. Foi uma situação horrível. Nós pagamos R$ 11.460 e estava incluso tudo o que um cruzeiro oferece. Alimentação, serviço 24 horas de quarto, as festas” , afirma a passageira Lidiane Mascarenhas, estudante.
Investigação
A empresa OnBoard Entretenimento pagou a hospedagem de alguns turistas que não conseguiram embarcar.
Todos os envolvidos foram intimados a depor, entre eles, o dono da On Board Entretenimento, Renan Coutinho, mas ele faltou e deve ser ouvido na semana que vem.
O advogado da empresa, Eduardo Moraes, afirma que houve uma falha de sistema. “Não houve overbooking de maneira alguma, porque o navio tem capacidade para 3,7 mil passageiros, e embarcaram apenas 3,2 mil, ou seja, teve uma capacidade ociosa de cerca de 500 passageiros. Assim que foi entendido o que aconteceu, já começamos a entrar em contato com todos os clientes e passageiros que não puderam embarcar e desde segunda-feira (24) tem uma força-tarefa montada com a intenção de fazer o reembolso ou realocar essas pessoas em um próximo navio da OnBoard”, afirma.
A delegada Fernanda Herbella informa que as investigações prosseguem para apurar o que, de fato, aconteceu.
“Este inquérito foi instaurado para apurar eventual crime de estelionato., afirma a delegada.
Em nota, a empresa Costa Cruzeiros, dona do navio, lamenta que alguns passageiros tenham comparecido sem os formulários de embarque e/ou os números de reserva. A administração do cruzeiro e a lista de passageiros são exclusivamente responsabilidade do organizador do evento.
O que fazer
Rafael Quaresma, advogado especializado em direito de defesa do consumidor, orienta o que fazer em casos como este.
“O consumidor deve registrar a ocorrência, fazendo um boletim de ocorrência, e também juntando todos os documentos que comprovem gastos decorrentes da inexecução do serviço”, afirma.
O advogado acrescenta: “É importante também apresentar conversas de WhatsApp, trocas de e-mails, fotos, vídeos do local que vão demonstrar também o grau de comprometimento na estabilidade desse consumidor.”
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