MIKE BOWERS
A Austrália realizará eleições gerais em 3 de maio, anunciou nesta sexta-feira (28) o primeiro-ministro de centro-esquerda, Anthony Albanese, que aparece empatado nas pesquisas com a oposição de centro-direita.
A votação na Austrália, um aliado-chave dos Estados Unidos no Pacífico, vai envolver questões como a luta contra o aquecimento climático, promovida pelo governo atual, e a política migratória, que a oposição quer endurecer.
Albanese chegou ao poder em maio de 2022, beneficiando-se do descontentamento popular, após uma década de governos conservadores. Mas o entusiasmo inicial com ele se dissipou.
As pesquisas apontam uma disputa acirrada entre o líder trabalhista, 62, e o conservador Peter Dutton, um ex-detetive de 54 anos que se opõe à imigração e defende a reversão do veto à energia nuclear.
O primeiro-ministro aliviou a tensão comercial com a China provocada por seus antecessores e reduziu a inflação, mas muitas famílias ainda sofrem com os preços altos e um mercado imobiliário muitas vezes inacessível, principalmente em Sydney e Melbourne.
Albanese também apostou na descarbonização da economia do país, um importante exportador de carvão, e aprovou grandes subsídios para a energia renovável e a indústria verde.
A principal proposta de Dutton, por outro lado, é um plano de US$ 200 bilhões para a construção de sete reatores nucleares, deixando de lado o desenvolvimento da energia renovável. Ele também prometeu reduzir a imigração em 25% e estabelecer “limites mais rígidos” para o número de estrangeiros que recem permissão para estudar na Austrália.
A política do país é dominada historicamente pelo Partido Trabalhista, de Albanese e pelos Liberais, de Dutton. Mas o descontentamento entre os eleitores pode fortalecer candidatos independentes, que reivindicam mais transparência e avanços climáticos.
