
Poluição no rio afeta o comércio local e gera perdas de até 70% nas vendas. Em Ubarana e Mendonça (SP), muitos pescadores estão de braços cruzados devido à água verde e à mortandade de peixes. Rio Tietê em Glicério enfrenta piora na contaminação e preocupa moradores.
Reprodução/TV TEM
A poluição no Rio Tietê tem causado prejuízos para pescadores e comerciantes das regiões de São José do Rio Preto (SP) e Araçatuba (SP), que dependem da atividade para sobreviver. Devido à água esverdeada e à mortandade de peixes, muitos não conseguem trabalhar, sofrem com danos nos motores náuticos e estão sem fonte de renda em plena quaresma.
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Por conta do período que antecede a Páscoa, quando o consumo de peixes aumenta significativamente, muitos estão preocupados. Recentemente, o g1 e a TV TEM noticiaram casos de tilápias, camarões e até arraias encontrados mortos às margens do Tietê em cidades do noroeste paulista.
Além de afastar os turistas, a situação traz danos ao meio ambiente e foi alvo de medidas emergenciais por parte do Governo de São Paulo para tentar solucionar o problema da eutrofização.
Segundo as autoridades, a proliferação excessiva de algas nas águas e o descarte irregular de esgoto são alguns dos fatores que ocasionaram esse processo de degradação da fauna e da flora.
Thiago Terradas é dono de uma loja de artigos para pesca inaugurada há apenas oito meses em Ubarana (SP) e relata que o movimento caiu drasticamente.
“O prejuízo está sendo grande, porque diminuiu em torno de 70% o movimento da loja. Além da venda cair, você acaba perdendo principalmente a isca viva. Nessa semana que passou mesmo, a gente não vendeu nada”, destaca em entrevista à TV TEM.
Comerciante estima queda de 70% das vendas de artigos de pesca nas últimas semanas.
Reprodução/TV TEM
Para os pescadores, a situação se tornou insustentável. Em Mendonça (SP), um trecho do Rio Barra Mansa, que é um afluente do Tietê, está cheio de algas, o que prejudica a atividade, além disso, a densidade da água pode causar danos aos motores náuticos.
“Você não vê pescador no rio. Os motores estão entupindo com as algas, e o gasto com manutenção dobra”, conta o pescador Luciano Ferrari de Oliveira.
Trecho do rio Barra Mansa, um dos afluentes do rio Tietê, contém um número elevado de algas.
Reprodução/TV TEM
Já Rubens Balbino Gonçalves lamenta as viagens perdidas.
“Duas noites sem colocar o barco na água. Só estou comendo, bebendo e dormindo aqui”, relata.
Linha de crédito emergencial
Diante da crise, o governo de São Paulo anunciou uma linha de crédito emergencial para ajudar pescadores e piscicultores afetados pela poluição no Tietê. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento está realizando levantamentos para definir os valores e direcionar os recursos.
Peixes aparecem mortos às margens do Rio Tietê em Ubarana (SP)
Rogério Pedrozo/TV TEM
O acesso ao crédito será feito por meio das Casas da Agricultura dos municípios, e a linha emergencial terá juros zero. Técnicos do Instituto da Pesca e da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral já estão visitando as regiões afetadas para coletar dados e orientar os trabalhadores sobre o benefício.
🐟 Peixes podem ser consumidos?
Mesmo com a mortandade de peixes, especialistas garantem que o pescado disponível para venda é considerado seguro para consumo. Emerson Esteves, diretor da Peixe SP, esclarece que o fenômeno de baixa oxigenação no Rio Tietê não impacta na qualidade do alimento.
Emerson Esteves, diretor da Peixe SP, garante que não há impacto na qualidade do pescado.
Reprodução/TV TEM
Segundo ele, os peixes criados em tanques-rede seguem padrões rigorosos de nutrição e produção, garantindo a segurança alimentar.
“Não há contraindicação. Quem pesca, quem compra e quem vende pode consumir sem problema nenhum”, reforça.
Prejuízos no Rio Tietê: pescadores falam sobre perdas após mortandade de peixes
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