Essas são as três maiores humilhações que uma pessoa pode sofrer na vida, segundo a psicanálise

As maiores humilhações da humanidade, segundo Freud – Foto: Reprodução/ND

O renomado neurologista austríaco, Sigmund Freud, apresentou uma perspectiva singular sobre como a humanidade foi forçada a reavaliar sua suposta superioridade ao longo dos séculos. Em seu ensaio “Uma dificuldade da psicanálise”, Freud destaca três momentos cruciais que considera grandes “golpes” à autoestima humana: a ferida cósmica, biológica e psicológica.

São três “feridas narcísicas”, formas de humilhação que a humanidade e, por consequência, cada indivíduo pode experimentar ao perceber que não tem tanto controle ou importância quanto gostaria.

Elas podem ser vividas em níveis diferentes ao longo da vida – seja percebendo que não é o centro das atenções, que ainda é guiado por instintos ou que os traumas inconscientes influenciam no comportamento.

As 3 maiores humilhações

1. A ferida cósmica

“Você não é o centro do universo”. Antes do astrônomo e matemático Nicolau Copérnico, acreditava-se que a Terra era o centro do universo e que tudo girava ao nosso redor.

Entre as três humilhações, está a ferida cósmica  – Foto: Canva/ND

Quando ele propôs que a Terra era apenas um planeta orbitando o Sol, isso abalou profundamente a noção de que a humanidade tinha um lugar privilegiado na criação.

Freud acredita que isso é uma humilhação para a humanidade porque a tira do pedestal de seres centrais e especiais no cosmos. É desconfortável perceber que o universo não foi feito para nós e que somos apenas uma pequena parte dele.

Esse tipo de humilhação pode acontecer no dia a dia. Por exemplo, uma pessoa sempre foi mimada pelos pais e, ao entrar na vida adulta, percebe que ninguém mais a trata como “especial”. No trabalho ou nos relacionamentos, descobre que precisa conquistar seu espaço como qualquer outra pessoa.

2. A ferida biológica

“Você não é tão diferente dos animais”. Darwin mostrou que os seres humanos evoluíram a partir de ancestrais comuns com outros animais, o que derrubou a crença de que éramos seres divinos separados da natureza. Isso significa que nossos instintos, comportamentos e até emoções têm origens biológicas e não são exclusividades humanas.

Mutação genética fez homo sapiens evoluir – Foto: Reprodução/ND

A psicanálise aponta que isso demonstra que a inteligência e cultura da humanidade não fica acima das leis naturais. Ainda somos guiados por instintos, impulsos e limitações biológicas, assim como qualquer outro animal.

Até mesmo quem se acha muito racional e superior aos “instintos primitivos”, pode sentir ciúmes incontroláveis quando vê o parceiro  interagindo com outra pessoa. Isso revela que emoções “básicas”, como posse e competição, ainda o dominam.

Ou ainda, quando uma pessoa que se orgulha de ser disciplinada percebe que seu corpo tem limites: mesmo com força de vontade, não consegue evitar o sono, a fome ou o envelhecimento.

3. A ferida psicológica

“Você não tem controle sobre sua própria mente”. Freud mostrou que a maior parte do que pensamos, sentimos e fazemos não é comandada pela nossa consciência, mas pelo inconsciente – desejos reprimidos, traumas, e influências da infância que moldam nosso comportamento sem que a gente perceba.

Inconsciente comanda a mente, deixando os traumas falarem mais alto – Foto: Reprodução/Jordan Whitt/Unsplash/ND

Para o pai da psicanálise, essa descoberta revelou que as pessoas não são seres racionais, donos das próprias vontades e ações. Na prática, somos frequentemente controlados por emoções ocultas, traumas e impulsos que nem sempre compreendemos.

Um exemplo, como na música de Elis Regina, é quando os filhos acabam repetindo os mesmos comportamentos dos pais, mesmo lutando contra eles.

Ou ainda, quando uma pessoa tenta evitar um assunto traumático, mas começa a ter pesadelos, lapsos de memória ou explosões emocionais sem motivo aparente.

humilhaçõeshumilhaçõeshumilhaçõeshumilhações

Adicionar aos favoritos o Link permanente.