
Um homem de 24 anos foi preso pela Polícia Civil em São Paulo, em 12 de março, por planejar ataque terrorista. A denúncia foi feita pelo pai do suspeito, que começou a se preocupar com o arsenal que o filho criava dentro de casa.
A operação abordou Matheus de Aguiar Avelino na frente da residência. A emboscada foi combinada com o pai dele, que pediu para o filho ajudá-lo a carregar o caminhão da família na rua.
Ao Domingo Espetacular, o pai contou que começou a suspeitar da atitude do rapaz “quando ele falava coisas desconexas, de pegar armas, bombas”. O jovem, diagnosticado com TEA (Transtorno do Espectro Autista), passou a se trancar no quarto e não deixava ninguém entrar.
Matheus começou a estudar o islamismo em 2021 e se converteu em 2022, mesmo ano em que foi assaltado com o irmão. “Parece que ligou uma chavinha nele. Aquele nervosismo que ele tinha, que a religião muçulmana ajudou a acalmar, voltou à tona”, observa o pai.
Veja momento da prisão de jovem suspeito de planejar ataque terrorista em SP
A polícia usou um robô de alta tecnologia para vasculhar a casa do suspeito de planejar ataque terrorista, devido à possibilidade de bombas no local. Os agentes encontraram um arsenal com armas de fogo, munições de fragmentação, material explosivo, máscara de gás, flechas e balestra, facas e uma granada.
Um caderno também seria usado para planejar ataque terrorista à sede da Polícia Federal. Nele, o jovem escreveu: “Vou lavar tudo isso com meu sangue. Espero ter uma morte violenta como um mártir”.
O arsenal surpreendeu os policiais. “Nosso setor de inteligência sempre passa informações a respeito de possíveis agressores ativos, mas nesse nível de terrorismo é a primeira vez”, afirma Alexandre Oliveira, delegado supervisor do GER (Grupo Especial de Reação da Polícia Civil) de São Paulo.

Caderno detalha planos do homem preso por planejar ataque terrorista – Foto: Reprodução/Domingo Espetacular/ND
“Entraram na cabeça dele, mexeram com a cabeça dele”, considera o pai. “Sinto no meu coração que ele está calmo, está tranquilo, porque ele foi retirado de um lugar que estava contaminando de forma doentia, de forma perversa, a mente do meu filho”.
A investigação aponta que ele não agia sozinho e recebia orientações pela internet. Artur Dian, delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, classifica o jovem como um “indivíduo extremista e perigosíssimo”.
“Ele poderia ter feito coisas muito graves, devido ao armamento que tinha, granadas, armas brancas. E os próprios manuscritos faziam crer que ele poderia praticar um crime muito violento, prejudicando ou até matando pessoas”, destaca o delegado-geral.
Com informações do Domingo Espetacular