
Juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida apontou que denúncia do Ministério Público do Mato Grosso do Sul não apresentou elementos suficientes para comprovar os crimes de cárcere privado, violência psicológica e tentativa de homicídio contra o amigo da jornalista. Músico está preso e aguarda definição de data para júri popular.
Reprodução/TV Globo
O músico Caio Nascimento, suspeito de assassinar a jornalista Vanessa Ricarte, no dia 12 de fevereiro, em Campo Grande (MS), vai à júri popular por feminicídi. A denúncia, feita pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), foi aceita pelo titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri, juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, nesta quarta-feira (19).
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MS no WhatsApp
No entanto, o magistrado rejeitou as acusações apontadas pelo MPMS de cárcere privado, violência psicológica e tentativa de homicídio contra o amigo da vítima, que estava no local na hora do crime.
Conforme o juiz, faltaram elementos que comprovassem a prática dos crimes na denúncia apresentada pelo MPMS.
Ao g1, a família da vítima enviou um vídeo falando sobre a decisão. Veja abaixo.
Entenda as respostas do juiz
Tentativa de homicídio – Única testemunha do crime, o amigo de Vanessa se trancou em um dos quartos da residência com a vítima, após ela ser esfaqueada pelo músico. Caio teria tentado arrombar o local, o que, no entendimento do MP, caracterizaria perseguição e tentativa de homicídio contra o amigo de Vanessa.
No entanto, em um determinado momento, a testemunha e o suspeito chegaram a conversar através de uma janela, até Caio decidir ir para outro cômodo da casa, onde acabou sendo preso.
Segundo o juiz, não há descrição na acusação de que tenha havido efetiva perseguição, e que o denunciado não conseguiu aplicar golpes de faca e matar o amigo da vítima, por circunstâncias alheias à sua vontade.
Mas, segundo ele, nada impede que, ao longo da instrução processual, as provas possam demonstrar o contrário, caso em que o MPMS poderá oferecer uma denúncia aditiva.
Cárcere privado – Com relação a este crime, o juiz afirmou que o MPMS não detalhou de maneira suficiente o que Caio teria feito, uma vez que a peça acusatória apenas indicou que o acusado impediu a jornalista de “dirigir sua própria liberdade”.
Violência psicológica – Novamente, conforme o juiz, o MPMS não teria esclarecido de maneira suficiente a conduta do músico na denúncia.
Ainda no documento, o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida pontuou que a peça proposta pelo Ministério Público perante o Poder Judiciário parece conter “excesso acusatório”, diante da “proporção midiática” que o caso tomou.
Por fim, o magistrado deu prazo de 10 dias para a defesa de Caio se manifestar. O suspeito continua preso enquanto aguarda a definição de uma data para o júri popular.
Ao g1, a defesa de Caio afirmou que será apresentada uma resposta a acusação, porém ainda não foi intimada formalmente.
O irmão de Vanessa, Walker Ricarte, falou sobre a decisão do juiz através de um vídeo.
Irmão da vítima se manifestou através de vídeo.
Veja vídeos de Mato Grosso do Sul: