
A Polícia Federal identificou que a rede social X (antigo Twitter) permitiu que perfis bloqueados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) recebessem financiamento por meio de publicações. O relatório, enviado ao STF, usou como exemplo o perfil do blogueiro Allan dos Santos, investigado pelo Supremo.

Segundo a PF, rede social X permite financiar perfis bloqueados por erro técnico – Foto: Getty Images/Reprodução ND
Segundo a PF, mesmo sem o uso de VPNs (ferramentas que ocultam a localização do usuário), os perfis bloqueados exibiam botões e informações que permitiam aos usuários financiar ou apoiar essas contas.
“Ao invés de apenas ser exibida a mensagem indicando que a conta está retida, os perfis exibem alguns botões e informações que permitem aos usuários financiarem/apoiarem essas contas por meio da assinatura da plataforma”, afirmou a corporação.
Investigações começaram após determinação de Alexandre de Moraes contra rede social X
A investigação foi iniciada após determinação do ministro Alexandre de Moraes, em setembro de 2024, que pediu um parecer técnico sobre as explicações dadas pelo X. O caso ganhou destaque após investigados pelo STF conseguirem acessar perfis bloqueados na plataforma.

Alexandre de Moraes e Elon Musk, dono da rede social X, acumulam discussões e polêmicas; ministro desativou a própria conta na rede – Foto: Divulgação/ND
Em abril de 2024, o X afirmou que a atuação dos investigados refletia uma tentativa intencional de burlar as medidas de segurança da plataforma. No entanto, a PF concluiu que a reativação dos perfis ocorreu por meio de links de transmissões ao vivo, disponibilizados por investigados como Allan dos Santos, que está fora do país.
A PF identificou que, desde 8 de abril de 2024, o X apresentou falhas que permitiram a transmissão de conteúdo ao vivo de perfis investigados. Embora postagens diretas tenham sido bloqueadas corretamente, as brechas na plataforma possibilitaram que investigados mantivessem contato com usuários no Brasil.

X apresentou falhas que permitiram a transmissão de conteúdo ao vivo de perfis investigados – Foto: PF/ Divulgação/ ND
O caso reforça as preocupações sobre a eficácia das medidas de bloqueio e a necessidade de maior controle sobre o financiamento de perfis envolvidos em investigações judiciais.