
Cinco anos se passaram desde que os primeiros casos de Covid-19 em Blumenau foram registrados. Em 20 de março de 2020, a cidade teve os dois primeiros casos confirmados divulgados pelo Prefeitura Municipal.
De lá para cá, a pandemia de Covid-19 deixou um rastro da memória de todos, com mais de 163 mil casos confirmados e 853 mortes, mas também impulsionou mudanças na saúde, economia e no comportamento das pessoas.
No dia 24 de março de 2020, Blumenau declarou situação de emergência. Pouco tempo depois, a cidade registrou sua primeira morte por Covid-19. Vanessa Neuber Salm, de 34 anos, era servidora municipal da saúde.
A técnica de enfermagem passou 29 dias internada na UTI do Hospital Santa Isabel. Ela tinha artrite, uma doença autoimune, ia ao hospital fazer exames. Numa das idas, passou a se sentir mal.

Vanessa Neuber Salm foi a primeira vítima da Covid-19 em Blumenau – Foto: Divulgação/Facebook/ND
Laurinda Morastoni também é um dos muitos rostos da Covid-19 em Blumenau. Em dezembro de 2020, ela foi infectada e precisou ser internada. Laurinda comemorou a vitória, mas poucas semanas depois, a doença levou sua irmã.
“Depois de quatro meses, de quarenta dias que eu deixei do hospital, ela pegou Covid-19 e faleceu. A gente aprende a valorizar a vida Qualquer coisa a gente dá muito mais valor”, contou a sobrevivente.
Linha do tempo da Covid-19 em Blumenau
A partir do avanço da doença, a cidade buscou alternativas para frear o contágio, abriu um ambulatório do Coronavírus e, seguindo o que já era comum em outros países, os moradores do município foram obrigados, a partir de 20 de abril, a usarem máscaras.
Em 17 de maio, Blumenau ultrapassou 500 casos confirmados de Covid-19. Diante da crescente demanda, novos leitos de UTI foram disponibilizados nos hospitais Santo Antônio e Santa Isabel, intensificando a corrida contra a doença.
Para conseguir mais agilidade no atendimento de pessoas que poderiam estar infectadas, em 8 de junho iniciou-se a testagem para os casos de Coronavírus. Com a entrega dos 15 mil testes rápidos, o resultado ficava pronto entre 15 e 30 minutos.
A pandemia exigiu mudanças na rotina das pessoas. Em julho, a circulação de ônibus em Blumenau foi suspensa. Em outubro de 2020, após sete meses de portas fechadas por causa da pandemia do Coronavírus, as escolas de Blumenau começaram a receber estudantes novamente.
A tradicional Oktoberfest Blumenau, a maior festa alemã das Américas, também teve suas edições de 2020 e 2021 canceladas. A decisão foi tomada com o objetivo de preservar a saúde das pessoas e evitar a propagação do vírus.
O município seguiu intensificando as medidas, incluindo o isolamento domiciliar obrigatório para alguns grupos de risco. O distanciamento social afetou os relacionamentos interpessoais. Transtornos como ansiedade e depressão foram intensificados, exigindo maior atenção à saúde mental.
Para o psicólogo Rodrigo Diaz De Vivar Y Soler, a pandemia trouxe mudanças profundas na própria estrutura cognitiva, já todas as relações tiveram que ser potencializadas pela tecnologia.
“O Brasil é país com o maior número de pessoas ansiosas do mundo e a pandemia agravou o cenário. E nesse sentido, há que se discutir e se estabelecer essa relação, porque a pandemia também forçou que a gente pudesse olhar para a ansiedade e encarar como um desafio da sociedade”, explica.
As dificuldades econômicas também foram percebidas junto com a pandemia. O comércio de rua, shoppings, restaurantes e academias precisaram fechar as portas após novas medidas entrarem em vigor.
O futuro pós-pandemia
O home office, por exemplo, foi a alternativa encontrada para as aulas e também para muitas empresas. O modelo foi bem aceito e, em algumas áreas, continua até os dias atuais, como a de tecnologia.
Mas teve também quem precisou se reinventar no mundo empreendedor. A empresária Janaina Emanuela Baer e uma amiga vendiam aromas como um extra, mas depois que ficaram desempregadas, o negócio virou a principal fonte de renda. Hoje, elas possuem um armazém no bairro Itoupava Central.
“Olha, pra gente foi um divisor de águas. A gente começou um negócio sem ter, na verdade, essa experiência”.
“A gente começou lá atrás, um pouquinho antes da pandemia, com a ideia de juntar uma graninha para final do ano fazer uma viagem. E aí depois, com a pandemia, a gente acabou sendo desligada e ficamos com o loja, onde a gente realmente colocou todas as forças”, relembra Janaina.

Janaina Emanuela Baer e uma amiga empreenderam na pandemia – Foto: Reprodução/NDTV Record
Em meio ao cenário desafiador, a esperança surgiu com o anúncio das vacinas contra a Covid-19. Desenvolvidas em tempo recorde, elas trouxeram alívio e otimismo. Em Blumenau, a campanha de vacinação teve início em 20 de janeiro de 2021, seguindo o cronograma nacional de imunização.
As primeiras doses foram destinadas aos grupos prioritários, como profissionais de saúde e idosos, marcando um passo crucial na luta contra o vírus e no retorno gradual à normalidade.
A ampla campanha de vacinação possibilitou que a Covid-19 fosse considerada endêmica em muitas partes do mundo. Contudo, o vírus não desapareceu, e novas variantes continuam a surgir, exigindo atenção contínua, conforme orienta o pneumologista Mauro Sérgio Kreibich.
“Agora, o vírus está circulando normalmente dentro da comunidade, trazendo alguns casos muito esporádicos com menor gravidade”.
Covid-19 em Blumenau no ano de 2025
Segundo dados atualizados nesta quinta-feira (20), Blumenau registra 189 pacientes em tratamento contra a Covid-19. Não há pessoas internadas em UTIs ou enfermarias. A campanha de vacinação já aplicou mais de 837 mil doses no município.

Boletim de Covid-19 em Blumenau – Foto: Divulgação/PMB/ND