USP se manifesta após professor ser acusado de assédio

Campus da USP em Ribeirão Preto (SP)Reprodução/USP

A Universidade de São Paulo (USP) se pronunciou sobre os relatos de duas ex-alunas do professor José Maurício Rosolen, do Departamento de Química, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do campus de Ribeirão Preto (SP). Em nota enviada ao iG nesta segunda-feira (10), a USP informou que foi instaurado processo administrativo disciplinar contra o docente.

As duas ex-estudantes contaram ao g1 os episódios de assédio sexual e moral que sofreram em 2021 e 2024, respectivamente, enquanto eram alunas dele.

Apesar dos anos de diferença, os relatos mostram semelhanças no comportamento do professor. As mulheres, que não se identificaram, revelaram que passaram por contatos físicos inapropriados, convites inconvenientes, além de episódios de assédio moral após a negativa por parte delas, de acordo com a matéria.

Posicionamento da USP

A USP afirma que o docente foi afastado por 180 diasReprodução/USP

Em nota da universidade para o Portal iG, a USP afirma que após apuração preliminar da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP), “foi instaurado processo administrativo disciplinar em desfavor do docente desta Faculdade, que foi afastado de suas atividades pelo prazo de 180 dias”.

“Reiteramos que a FFCLRP repudia qualquer forma de assédio, discriminação ou conduta inadequada, reafirmando seu compromisso com um ambiente acadêmico ético e respeitoso”, completa o posicionamento.

O professor em questão, José Maurício Rosolen, teria recebido uma denúncia de ao menos 16 mulheres, que assinaram uma lista enviada para a comissão responsável pelo processo administrativo disciplinar. As informações foram obtidas pelo g1 a partir de uma das denunciantes.

Relatos

Uma das ex-alunas contou ao g1 que logo na primeira semana de contato pessoal com o professor “começaram umas coisas muito esquisitas, alguns comportamentos inadequados”. Ela diz que o professor a convidou para fazer ginástica com ele na USP, cobrando “para ir com roupa de ginástica”.

Pouco tempo depois, Rosolen teria a convidado para um musical especial de Dia dos Namorados. Os convites foram ficando cada vez mais frequentes, segundo a mulher, mesmo com as negativas dela.

Após um convite para viagem na Grécia, a ex-aluna afirma que começaram os “contatos físicos”. Ela lembra que precisava levar uma peça de metal para a oficina, que fica afastada do laboratório onde estavam.

“Eu sabia que ia ter de ir de carro com ele. (…) Quando chegou no estacionamento da oficina, ele foi me mostrar o que queria fazer na peça, era uma peça grande, comprida, que eu estava segurando. Em vez de ele apontar para o que queria fazer, ele colocou a mão dele sobre a minha, fez um carinho. Eu já fiquei nervosa, comecei a chorar, pensei em desistir”, contou ao g1.

Outra aluna contou casos semelhantes que teria passado com o professor, na qual chegou a afirmar que “ele gostava de tocar em lugares que não precisava”. De acordo com a ex-aluna, o docente tem uma ‘fama’ na faculdade por conta desses comportamentos.

O Portal iG tentou contato com o professor osé Maurício Rosolen, mas até o momento não obteve resposta. O espaço segue aberto para sua versão dos fatos.

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