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O homem que carbonizou o corpo de um morador de rua para forjar a própria morte teria atraído a vítima oferecendo cestas básicas. A informação foi revelada pela Polícia Civil, em coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira (28). O crime aconteceu em São Cristóvão do Sul, no Meio-Oeste de Santa Catarina.
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Homem tentou forjar a própria morte – Foto: Divulgação/Polícia Civil/ND
De acordo com a delegada regional de Curitibanos, Roxane Fávero Pereira Venturi, o suspeito estava sendo procurado por fraudes e processos trabalhistas, o que o teria levado a simular a própria morte. Para forjar a própria morte, contou com a ajuda de um comparsa. Ambos foram presos.
O homem se apresentava como empresário do setor de placas solares, mas já possuía passagens pelo sistema penal e vários boletins de ocorrência por estelionato.
Segundo a delegada, o homem adquiria placas solares, repassava a terceiros e não efetuava o pagamento. Além disso, clientes que compraram os equipamentos dele nunca os receberam.
Execução do plano para forjar a própria morte
O desaparecimento do suspeito, que tentou forjar a própria morte, foi registrado em 13 de fevereiro, em São Cristóvão do Sul. Dois dias depois, sua caminhonete Chevrolet S10 foi encontrada completamente queimada, com um corpo carbonizado no interior. Inicialmente, acreditava-se que a vítima era o próprio dono do veículo.
Contudo, as investigações tomaram um rumo diferente. Testemunhas relataram ter visto o suposto desaparecido circulando pela região, acompanhado de um homem ainda não identificado. Além disso, comerciantes informaram ter vendido gasolina e álcool a ele dias antes da descoberta do corpo carbonizado na tentativa de forjar a própria morte.
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Para forjar a própria morte, ele ateou fogo no corpo de um morador de rua na caminhonete – Foto: Divulgação/Polícia Civil/ND
Indícios macabros
Durante as investigações, a polícia recebeu vídeos de uma suposta tortura contra o suspeito, incluindo a amputação de parte de seu dedo.
Na mesma noite da divulgação das imagens, uma garrafa pet foi arremessada na casa da namorada do até então desaparecido. Dentro dela, estavam um pedaço de dedo e dois dentes, o que levantou ainda mais dúvidas sobre a identidade do corpo carbonizado.
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Homem chegou a cortar o próprio dedo e enviou para a namorada com dois dentes para simular que havia sido torturado antes de morrer. – Foto: Polícia Civil/ND
Vítima identificada
As investigações revelaram que, entre os dias 12 e 13 de fevereiro, o suspeito e seu comparsa abordaram moradores de rua na região. A vítima carbonizada na caminhonete do suspeito foi identificada como Vanderlei Weschenfelder, de 59 anos, desaparecido no mesmo período.
Ele foi visto pela última vez em São Cristóvão do Sul, confirmando a tentativa do criminoso de trocar de identidade.
A polícia também localizou a unidade de saúde onde o suspeito procurou atendimento para suturar o dedo amputado. Testemunhas o reconheceram no local. O comparsa também foi identificado e possuía um histórico criminal extenso, incluindo diversas condenações por homicídio.
Segundo o delegado Fabiano Rizzatti Toniazzo, da Delegacia de Investigação Criminal de Curitibanos, a causa exata da morte do morador de rua não pôde ser determinada devido ao estado de carbonização do corpo, mas a suspeita é que a vítima tenha sido assassinada antes de ser queimada.
Suspeito e comparsa foram presos
O delegado destacou que, diante das provas reunidas, a Justiça decretou a prisão preventiva do suspeito e de seu comparsa. Eles foram localizados e detidos na manhã de 28 de fevereiro de 2025, em uma operação conjunta das polícias civis de Blumenau e Itajaí.
Durante o interrogatório, ambos permaneceram em silêncio e foram encaminhados ao sistema prisional. A polícia segue investigando o crime e a possível participação de outras pessoas no esquema.