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A discussão entre carro automático ou manual já dura gerações e desperta opiniões apaixonadas. Para alguns motoristas, o ato de trocar de marcha é essencial no prazer de dirigir.
Outros já estão acostumados à comodidade da transmissão automática de marchas, jamais voltariam a usar um pedal de embreagem. Mas afinal qual a melhor opção? Qual é mais confiável? Não existe uma resposta única para a escolha entre câmbio manual ou automático.
A resposta da discussão entre carro automático ou manual depende do estilo de condução, hábitos do motorista e do tipo específico de câmbio automático em questão. Afinal, existem diferentes tecnologias e nem todas entregam o mesmo desempenho ou confiabilidade.
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Câmbio automático – Foto: Pixabay
Carro automático ou manual: tipo de transmissão disponíveis
É essencial antes de comparar as opções entender como cada sistema funciona. São três tipos de câmbio automático, além da tradicional transmissão manual.
Câmbio manual
No caso do câmbio manual, ele é o mais simples tecnicamente. O motorista usa a embreagem para desconectar o motor da transmissão e trocar de marcha manualmente.
A maioria dos carros com câmbio manual tem 5 ou 6 marchas além de marcha à ré. Modelos mais modernos têm sincronizadores que tornam as trocas mais suaves, sem necessidade de técnicas avançadas como o “duplo embreagem”.
Para muitos motoristas dirigir um carro manual permite controlar melhor o momento de trocas de marcha, mas esse controle também pode ser um problema pois a troca tardia de marcha aumenta o consumo de combustível, gera mais ruído e causa desgaste excessivo no motor.
Já trocar cedo demais a marcha pode deixar a condução desconfortável, com vibrações e falta de resposta do acelerador.
O maior temor de quem aprende a dirigir com câmbio manual é o carro “morrer”. Para muitos motoristas, a possibilidade de deixar o carro calado é suficiente para preferirem um câmbio automático.
Automático – Conversor de torque
O câmbio automático com conversor de torque é um dos mais confiáveis Em vez da embreagem, ele usa um sistema hidráulico para transferir a potência do motor para a transmissão.
Esse tipo de câmbio se destaca pela suavidade nas trocas de marcha, exigindo menos esforço do motorista e sofrendo menos desgaste do que um câmbio manual.
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Alavanca de câmbio automático tem função extra – Foto: Reprodução
Em carros esportivos ou de alto desempenho, ele pode parecer lento e dar pouca resposta. A manutenção é essencial. Se o fluido hidráulico não for trocado no período correto pode surgir problemas graves e caros.
Automático – Dupla embreagem (DCT)
A diferença entre o carro automático ou manual é que no caso dos automáticos, esses câmbios de dupla embreagem combinam eficiência e desempenho e fazem a troca de marchas mais rapidamente e precisa do que um motorista faria.
Esse sistema tem dois eixos de transmissão paralelos, cada um com sua própria embreagem: um para as marchas pares e outro para as ímpares.
Quando ocorre a troca de marcha, uma embreagem se abre enquanto a outra se fecha ao mesmo tempo e garante transições quase instantâneas.
Mas há desvantagens como o valor desse sistema. Os câmbios DCT são caros, tanto na fabricação quanto na manutenção.
Algumas versões sofrem desgaste no trânsito e se não houver manutenção, as falhas podem ser caras e custar mais que o valor de revenda do próprio carro.
Automático – CVT (Transmissão continuamente variável)
Já outra diferença entre o carro automático ou manual é que o automático CVT se torna mais popular por ser eficiente no consumo de combustível. O CVT não usa engrenagens fixas.
Em vez disso, opera através de um sistema de polias conectadas por uma correia metálica e ajusta de forma contínua a relação de transmissão para otimizar a eficiência do motor.
Uma das vantagens desse sistema é manter o motor na faixa ideal de rotação e melhora o consumo de combustível.
Já a desvantagem é que a ausência de marchas pode tornar a condução do carro menos envolvente e o carro pode parecer que não responde ao que é exigido.
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Não é preciso colocar o câmbio automático em na posição neutro nas paradas – Foto: Pixabay
Mas qual tipo de câmbio é mais confiável?
Agora que já conhecemos a diferenças entre os tipos de transmissão se o carro automático ou manual, qual é o mais confiável?
Câmbio manual
Por ser mais simples, o câmbio manual tende a ser mais confiável. Ele exige menos manutenção e, quando é bem utilizado, pode durar muitos quilômetros.
O principal desgaste ocorre na embreagem, que geralmente precisa ser substituída a cada 150 mil km. Se mal utilizado (como manter o pé na embreagem ou fazer trocas bruscas), pode sofrer desgaste prematuro.
Câmbio automático com conversor de torque
Esse sistema é confiável e durável, desde que a manutenção seja feita corretamente. O sistema hidráulico sofre menos desgaste que um câmbio manual ou de dupla embreagem.
No entanto, se o fluido da transmissão não for trocado no período certo, pode haver superaquecimento e falhas caras.
Câmbio de dupla embreagem (DCT)
Esse câmbio é um dos mais eficientes e delicados. Ele sofre desgaste elevado no trânsito intenso, devido às trocas frequentes de marcha.
Os modelos mais baratos tendem a ter problemas nos discos de embreagem, enquanto os mais sofisticados podem apresentar falhas no sistema eletrônico de controle (mecatrônica). A manutenção correta é essencial. Falhas podem exigir reparos extremamente caros.
Câmbio CVT
A confiabilidade do CVT depende do fabricante e do modelo. Alguns CVTs bem projetados podem durar bastante tempo sem problemas.
Porém, o desgaste da correia metálica pode levar a falhas difíceis de reparar. A experiência de dirigir o carro pode ser menos satisfatória para quem busca respostas rápidas.
Em qual sistema de transmissão investir?
A resposta certa é: depende da sua necessidade. Caso você busque menor custo de manutenção e confiabilidade a longo prazo, o câmbio manual é a melhor opção.
Já se prioriza conforto e praticidade, o conversor de torque pode ser a melhor alternativa.
Uma vez que busque desempenho e trocas rápidas, a dupla embreagem (DCT) é a escolha ideal, embora tenha custo de manutenção mais elevado.
Para quem quer ter a máxima eficiência no consumo, o CVT é a melhor opção, especialmente para uso urbano.
Com a evolução da tecnologia e a eletrificação dos carros a tendência é que os câmbios automáticos dominem o mercado. Mas, enquanto isso não acontece, a escolha ainda depende do perfil de cada motorista.