Segurança pública, onde está você?

Segurança pública, onde está você?Ariane Costa Gomes

Há uma área em que esquerda e direita divergem mais do que em qualquer outra: segurança pública.

A esquerda, sempre partindo da máxima valorização dos direitos humanos, tateia no escuro, tentando criar algum plano de combate real à criminalidade, sem entrar em atrito com sua própria base de apoio, em especial no tocante aos movimentos sociais.

A direita neste segmento é mais fracionada, porém, paradoxalmente, mais coesa também. Da extremidade em que se localiza o pessoal do “bandido bom é bandido morto” até aqueles que defendem um Estado firme, mas legalista, há um consenso de que é preciso aumentar o rigos na área penal, não tanto das leis, mas de sua aplicação.

Houve também uma migração do crime urbano, por exemplo, transferindo as mortes violentas por arma de fogo do eixo RJ-SP para as capitais do nordeste, em especial, mas também para as capitais do norte do país. Não que paulistas e cariocas estejam em plena paz. Longe disso. Mas o crime migrou e se descentralizou.

Neste contexto, obviamente a população é a grande vítima. E qualquer medida ou postura que negue isso é malvista. Claro. E o governo atual, de esquerda, sem um plano para a segurança pública, tem sua imagem profundamente desgastada por essa inação toda.

Há uma máxima em política, segundo a qual “o poder não admite vácuo”. Na verdade, a gestão pública, as políticas públicas, o planejamento governamental, nada disso admite vácuo. Assim, ter uma política pública ruim numa dada área é melhor do que não ter nenhuma. E o governo federal não tem nenhuma política pública na área de segurança pública. Nem boa e nem ruim.

Enquanto isso… o crime campeia e a população é quem de fato sofre. Para o homem comum, do povo, pouco importa optar sobre direita e esquerda, já que seu foco é o atendimento – em especial de imediato – de suas necessidades fundamentais. E a segurança se encaixa nisso, claro.

Lula, desde o início de seu atual mandato, dá mostras de uma certa desconexão com a realidade brasileira vigente. O mundo, e o Brasil, são muito diferentes daquele que elegeu o atual presidente em 2002. Ele não parece ter se dado conta disso.

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