Neste Dia de Santo Antônio, o g1 te conta a história de amor de Carlos e Vera Lúcia, que se conheceram na festa do Santo Casamenteiro. Carlos e Vera se conheceram no Dia de Santo Antônio e casaram na mesma igreja
Arquivo pessoal
“Você já fez as suas orações pedindo ao Santo Antônio para me encontrar?”. Foi desta forma que Carlos da Silva abordou, agora sua esposa, Vera Lúcia Berião, há 37 anos na Festa de Santo Antônio, conhecido como Santo Casamenteiro.
Nesta quinta-feira (13), Dia de Santo Antônio, o g1 conversou com o casal de Mendes, no interior do Rio de Janeiro, que se conheceu na festa do santo, três anos depois se casou e está junto até hoje.
A festa na cidade começava alguns dias antes, mas como uma boa e tradicional história de amor, Carlos e Vera só se encontraram pela primeira vez no dia 13 de junho de 1987.
Vera estava saindo da festa com a mãe e as duas irmãs quando foi parada por ele, que até então era um desconhecido.
Eles estão juntos há 37 anos
Arquivo pessoal
“Estávamos participando da santa missa e depois ficamos um pouco na festa, observando e participando de tudo ao redor. E assim fomos embora. Na saída, estava o meu esposo Carlos no portão, olhando. Ele virou para mim e disse ‘Você já fez as suas orações pedindo ao Santo Antônio para me encontrar?’ Na hora fiquei bem séria e continuei andando. Ele veio atrás de mim, puxando conversas, pois morávamos no mesmo percurso”, lembrou Vera.
“Fiquei na entrada, paquerando ela de longe. Quando ela saiu, eu olhei pra ela e disse. Fui puxando assunto, pois fiquei muito entusiasmado por ela. Inclusive, até hoje sou”, brincou Carlos.
Mendes é uma cidade pequena, com pouco mais de 17 mil habitantes. Carlos e Vera moravam em bairros vizinhos (ele no Santa Rosa e ela na Gaudência), só andavam a pé e mesmo assim só se encontraram pela primeira vez no dia de Santo Antônio. Parece até história de filme, né?
Daquele dia em diante, eles foram se conhecendo, começaram a namorar, noivaram dois anos depois no dia do aniversário do Carlos e se casaram no ano seguinte, em 1º de dezembro de 1990, coincidência ou não, no aniversário da Vera.
Santo Antônio sempre esteve presente no relacionamento deles, em orações e na devoção ao santo. Por isso, na hora de escolher em qual igreja seria realizada a cerimônia do casamento, a resposta foi mútua: na capela de Santo Antônio.
“Nós falamos tudo começou lá no dia de Santo Antônio. Somos muitos devotos de Santo Antônio, pois ele representa para nós uma força muito grande e que ele intercede sempre pelo nosso matrimônio. Acreditamos e temos essa convicção”, disse Vera.
Registros do casamento de Carlos e Vera
Montagem g1
De acordo com a Vera, antigamente, as pessoas mais velhas, os avós, amigos e parentes falavam que se ela quisesse casar deveria fazer algumas simpatias para Santo Antônio.
“Eles falavam: ‘minha filha, se quer casar, amarra a imagem de São Antônio com a cabeça para baixo e só levanta quando for atendido seu pedido ou então coloca nomes de pretendentes embaixo da imagem de Santo Antônio, no dia dele, 13 de junho, por ele ser considerado o santo casamenteiro'”, contou Vera.
Há quem acredite que colocar o nome do pretendente embaixo da imagem de Santo Antônio ou até mesmo virar a imagem de cabeça para baixo ajudam a trazer o verdadeiro amor, mas para Carlos e Vera, embora, existam várias superstições, para eles a certeza sempre foi de que um foi um presente na vida do outro.
“Mas, além da superstição, eu também tenho uma fé, uma devoção pelo Santo Antônio. Sempre gostei muito. Gostei muito desta imagem, dessa intercessão, acreditando, e para nós foi uma alegria muito grande porque com certeza ele intercedeu pela nossa união desde o início, disse Vera.
O pedido a Santo Antônio deu certo! Atualmente, eles são pais do Lucas e do Caio, têm duas noras e aguardam a chegada de um neto. Assim como nos filmes, essa história de amor teve um final feliz!
“Hoje posso dizer que Santo Antônio intercedeu por nós naquele momento e construímos nossa vida juntos”, finalizou Carlos.
Da esquerda para direita: Caio, Carlos, Vera e Lucas
Arquivo pessoal
Sobre a história de Santo Antônio
Santo Antônio nasceu em Lisboa, Portugal, no ano de 1195, onde viveu um vida simples e dedicada à Igreja Católica. Ele morreu aos 36 anos, em Pádua, em 1231.
Santo Antônio entrou muito jovem na ordem religiosa, aos 15 anos. Posteriormente, se tornou missionário franciscano e se tornou conhecido em toda a Europa por sua simplicidade e dedicação às pessoas, principalmente os mais necessitados e doentes. São vários os aspectos da vida dele que despertam a devoção de vários católicos.
“Na ordem franciscana ele se destaca. Primeiro como um grande conhecedor da bíblia sagrada, ele sabia praticamente a bíblia de cor. Se destaca também por suas pregações que vinham converter multidões de pessoas”, explicou o vigário geral da Diocese de Barra do Piraí-Volta Redonda, Monsenhor Alércio de Carvalho.
Santo Antônio Santo casamenteiro
Jonas Cunha/Arquivo pessoal
“Ele se destacou, sobretudo na Itália, como um grande conselheiro, desde as pessoas mais humildes, mais simples, até a nobreza. Eles iam até Frei Antônio para tirar dúvidas”, completou Monsenhor Alércio.
A fama de “Santo Casamenteiro” começou a partir dos conselhos e direções que Santo Antônio dava para os casais e famílias da época.
“Santo Antônio é conhecido como Santo Casamenteiro, isso é uma característica muito forte aqui no Brasil, porque uma das suas capacidades era gerenciar situações de conflito. E a gente sabe que na vida do casal, das famílias, acaba tendo conflitos, desentendimentos. Por isso, Santo Antônio era muito procurado pelos casais para aconselhamento pastoral e espiritual”, pontuou Monsenhor.
Superstições para conseguir um amor
Superstições e simpatias com imagens de Santo Antônio
Reprodução/Canção Nova
São várias as superstições e simpatias feitas por solteiros neste período, que acreditam que Santo Antônio pode ajudar a encontrar o grande amor:
Colocar o santo de cabeça para baixo, tirar o Menino Jesus dos braços de Santo Antônio, colocar um papel com nome escrito embaixo da imagem, comer o bolo de Santo Antônio esperando achar a famosa medalha, que, de acordo com a lenda, se encontrada trará seu par perfeito.
“A gente enxerga, às vezes, como uma forma de carinho, de desconhecimento, da própria biografia e história do santo, mas superstições estão lá no nível das superstições. Mas, particularmente, colocar o santo de cabeça para baixo, tirar o Menino Jesus dos seus braços, isso não acrescenta em nada. Ao contrário, eu acho que isso não é a melhor forma de se venerar o santo, se venera reconhecendo suas virtudes. Enfim, a gente respeita. As pessoas manifestam o seu carinho das mais variadas formas”, comentou Monsenhor Alércio.
As estratégias encontradas pelos solteiros para tentar conseguir o amor verdadeiro são diversas, mas, na verdade, o que realmente importa, de acordo com o Monsenhor Alércio, é crer na ação da graça de Deus.
“Agora, se fazer simpatias trazem o marido ou a noiva, eu, particularmente, creio na ação da graça de Deus, não acredito em superstições e simpatias”, finalizou o Monsenhor.
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