‘Fazendas de algas’ de Paraty produzem 70 toneladas por ano, e ‘colheita’ atende da gastronomia à estética; conheça


Expedição Rio foi visitar uma ‘plantação’ na Ilha do Algodão. Alga serve para vinagrete, suco e ‘tempuralga’. CORTAR VÍDEO A PARTIR DOS 17 MINUTOS DO 1º BLOCO, em [Agora, o que pouca gente sabe é que Paraty concentra o maior polo de cultivo de algas do Brasil…] ATÉ OS 29 MINUTOS, em [Eu vou dormir já, já!]
Você já comeu alga? Paraty, na Costa Verde do RJ, se tornou o maior produtor do protista — alga não é planta (entenda abaixo)! — do Brasil. O Expedição Rio foi conhecer uma “fazenda” e aprendeu que a matéria-prima vai muito além das cozinhas.
“Elas podem ser aplicadas para as indústrias alimentícia, farmacêutica e cosmética”, ensina o biólogo Henrique Jabor Farias, da Algamais. “A gente agora está transformando as algas em bioinsumos agrícolas para beneficiar a agroindústria”, destaca.
O gel de alga, por exemplo, é bom para hidratar a pele.
Algas marinhas ‘colhidas’ de ‘fazenda’ em Paraty
Reprodução/TV Globo
A Algamais fica na Ilha do Algodão, em Paraty-Mirim. Em 8 hectares, 7 balsas flutuantes fixadas no solo marinho servem de base para os ramos se multiplicarem. Cada balsa tem um ciclo de produção de 2 toneladas a cada 2 ou 3 meses. Por ano, a fazenda produz 70 toneladas de algas da espécie Tapaciclus alvaresi.
“A gente tira um pedacinho, que é a muda, e amarra numa corda. Em 60 dias, cresce 10 vezes de tamanho”, acrescenta o biólogo.
Henrique lembra também que as fazendas ajudam a manter o ecossistema. “Como se fosse um recife artificial, começam a incrustar outras algas, animais. Isso atrai outro peixe, que atrai um peixe maior, e por aí vai. Pela cadeia, ajuda a vida marinha.”
O biólogo Henrique Jabor Farias
Reprodução/TV Globo
Vários pratos
Tânia Rosa Ayres abriu um restaurante na Praia de São Gonçalinho e apostou na alga como carro-chefe. Dela saem sucos, vinagretes e tempurás — ou melhor, o tempuralga.
“Em Paraty a gente tem a tradicional Festa do Divino, com barraquinhas, e as de comida japonesa servem o tempurá. Eu já fazia alga frita. Aí surgiu o tempuralga!”, lembra.
O sonho de Tânia é mostrar sua criação para Ana Maria Braga, no “Mais Você”. Acorda, menina!
Depois de colhidas, algas viram vinagrete e tempurá, além de sucos
Reprodução/TV Globo
Por que alga não é planta?
Quem vê esses troços verdes que parecem folhas boiando nas praias acha que são plantas. Algas até têm características em comum com os vegetais, mas não são plantas. Esses seres vivos são agrupados no Reino Protista, o mesmo dos protozoários, e não o Vegetal.
Há características em comum entre os 2 reinos. Tanto plantas quanto algas verdes têm clorofila, fazem fotossíntese e guardam amido nas células.
Mas uma alga não tem partes especializadas e jamais se desenvolve com flor, folhas, raiz, caule e sistema vascular.
Hoje, as algas se dividem em 7 filos, a partir de características como pigmentos, estrutura celular e habitat, e há cerca de 130 mil espécies catalogadas.
Dani Dias faz massagem com gel de alga
Reprodução/TV Globo
Fazenda de algas na Ilha do Algodão, em Paraty
Reprodução/TV Globo
Um ramo de algas cresce 10 vezes em 2 meses
Reprodução/TV Globo

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