Carimbó, bois, tecnomelody, tecnobrega. A Amazônia brasileira possui um dos patrimônios culturais mais diversos do Brasil. Artistas e representantes dessas expressões artísticas da região reconhecidos como patrimônio imaterial estão no line-up do Festival Psica 2024, movimento artístico e cultural nortista que celebra a potência da cultura negra e periférica da Pan-Amazônia.
Batizada de Psica Dourado, a edição deste ano reúne mais de 50 atrações nesta sexta-feira (13), no Centro Histórico de Belém; e no sábado (14) e domingo (15), no Estádio do Mangueirão, em Belém.
Confira o panorama de cultura nortista reunida do festival este ano:
Encontro dos bois da Amazônia
Os bois que arrastam multidões na Amazônia brasileira se juntam em uma explosão de criatividade, tradição e cor. O Boi Caprichoso e o levantador de toadas do Boi Garantido David Assayag, que colorem o Festival Folclórico de Parintins (AM), e o Arraial do Pavulagem (PA), que animam os domingos de junho, ambas expressões consideradas Patrimônio Cultural do Brasil, eternizam a musicalidade, a dança e as tradições culturais amazônidas.
Aparelhagens e tecnobrega
As festas de aparelhagem foram reconhecidas em 2022 como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Pará. Uma das mais conhecidas aparelhagens do Pará, Carabao o Furioso do Marajó toca os bregas paraenses que marcam gerações e faz homenagem ao búfalo carabao, uma das mais temidas do maior arquipélago flúvio-marítimo do planeta. A raça foi introduzida no Brasil por volta de 1890, com a compra de búfalos de fugitivos da Guiana Francesa, que naufragaram nas costas. Desde então, o animal é representativo da região, sendo utilizado principalmente para tração – um importante elemento cultural do Marajó.
A mega aparelhagem de som arrasta povo reúne DJS icônicos do cenário do tecnomelody paraense, como Élison e Juninho, tocando muito tecnobrega, forró, funk e pop nacional e internacional transmitidos na potência e grandeza sonora, com luzes, telas de LED, pirotecnia e amplificação de som. É o anúncio do “rock doido” com a cultura das aparelhagens à última potência.
Reconhecido em 2013 como patrimônio imaterial artístico e cultural do Pará, o tecnobrega será representado no Psica por artistas como Viviane Batidão e Zaynara. A veterana que começou aos 15 anos em balneários cantando o batidão encontra a jovem e nova estrela da música paraense. Viviane Batidão, nascida em Santa Izabel do Pará, lançou a primeira música em 2007, “Vem meu Amor”, com a produção do criador do batidão, DJ Betinho Izabelense, e chegou à marca de mais de 600 músicas gravadas. Já Zaynara, de Cametá, é a nova aposta do momento, com promessas de uma nova geração na música paraense, que extrapola cada vez mais as fronteiras.
Fafá de Belém
Aos 68 anos, sendo 51 anos desde a estreia no Iate Clube de Belém, a icônica cantora paraense apresenta no festival as músicas do emblemático LP “Água”, de 1977. O disco contém uma de suas músicas mais conhecidas, “Pauapixuna”. Intérprete de estilos como a música regional, rock, bolero, ritmos caribenhos, guarânias, afoxés, lambadas, sambas-canções, forró e clássicos do cancioneiro popular e da MPB, se consolidou com uma das maiores vozes brasileiras, representando o Norte do país. A cantora teve a obra musical reconhecida como Patrimônio Cultural e Imaterial do Pará em 17 de setembro de 2024;
Carimbó
Considerado o ritmo central da cultura do Pará, o carimbó também marca presença na festa. Sobe ao palco o Mestre Chico Malta, reconhecido em 2014 como patrimônio cultural imaterial do Brasil, em votação unânime do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphan. De Santarém, o Meste Griô de tradição oral desenvolve música e arte educação há mais de 44 anos. É descendente das etnias indígenas Waiwai e Munduruku, fazendo referências às lendas, rituais e costumes dos povos originários da região do Tapajós. Idealizou o Movimento de Carimbó do Oeste do Pará, em Alter do Chão.
Da novíssima geração, o line-up traz ainda o grupo Carimbó Selvagem, com Gabiru Cigano, Astrum Zion, Luan Monteiro, Heron Rodrigues, Jadson Maiandeua, sob direção artística de Andrey Alves. O poder da música tradicional da Amazônia de transformar qualquer lugar em salão de dança. A rua vira palco com o “mangueio”, sobrevivendo com as “passadas de chapéu”, montando palcos em espaços públicos, como o Complexo do Ver-o-Peso, numa expressão cultural que busca difundir e expandir a identidade amazônida através da arte do carimbó.
Batizada de Psica Dourado, a edição deste ano reúne mais de 50 atrações nesta sexta-feira (13), no Centro Histórico de Belém; e no sábado (14) e domingo (15), no Estádio do Mangueirão, em Belém.
Confira o panorama de cultura nortista reunida do festival este ano:
Encontro dos bois da Amazônia
Os bois que arrastam multidões na Amazônia brasileira se juntam em uma explosão de criatividade, tradição e cor. O Boi Caprichoso e o levantador de toadas do Boi Garantido David Assayag, que colorem o Festival Folclórico de Parintins (AM), e o Arraial do Pavulagem (PA), que animam os domingos de junho, ambas expressões consideradas Patrimônio Cultural do Brasil, eternizam a musicalidade, a dança e as tradições culturais amazônidas.
Aparelhagens e tecnobrega
As festas de aparelhagem foram reconhecidas em 2022 como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Pará. Uma das mais conhecidas aparelhagens do Pará, Carabao o Furioso do Marajó toca os bregas paraenses que marcam gerações e faz homenagem ao búfalo carabao, uma das mais temidas do maior arquipélago flúvio-marítimo do planeta. A raça foi introduzida no Brasil por volta de 1890, com a compra de búfalos de fugitivos da Guiana Francesa, que naufragaram nas costas. Desde então, o animal é representativo da região, sendo utilizado principalmente para tração – um importante elemento cultural do Marajó.
A mega aparelhagem de som arrasta povo reúne DJS icônicos do cenário do tecnomelody paraense, como Élison e Juninho, tocando muito tecnobrega, forró, funk e pop nacional e internacional transmitidos na potência e grandeza sonora, com luzes, telas de LED, pirotecnia e amplificação de som. É o anúncio do “rock doido” com a cultura das aparelhagens à última potência.
Reconhecido em 2013 como patrimônio imaterial artístico e cultural do Pará, o tecnobrega será representado no Psica por artistas como Viviane Batidão e Zaynara. A veterana que começou aos 15 anos em balneários cantando o batidão encontra a jovem e nova estrela da música paraense. Viviane Batidão, nascida em Santa Izabel do Pará, lançou a primeira música em 2007, “Vem meu Amor”, com a produção do criador do batidão, DJ Betinho Izabelense, e chegou à marca de mais de 600 músicas gravadas. Já Zaynara, de Cametá, é a nova aposta do momento, com promessas de uma nova geração na música paraense, que extrapola cada vez mais as fronteiras.
Fafá de Belém
Aos 68 anos, sendo 51 anos desde a estreia no Iate Clube de Belém, a icônica cantora paraense apresenta no festival as músicas do emblemático LP “Água”, de 1977. O disco contém uma de suas músicas mais conhecidas, “Pauapixuna”. Intérprete de estilos como a música regional, rock, bolero, ritmos caribenhos, guarânias, afoxés, lambadas, sambas-canções, forró e clássicos do cancioneiro popular e da MPB, se consolidou com uma das maiores vozes brasileiras, representando o Norte do país. A cantora teve a obra musical reconhecida como Patrimônio Cultural e Imaterial do Pará em 17 de setembro de 2024;
Carimbó
Considerado o ritmo central da cultura do Pará, o carimbó também marca presença na festa. Sobe ao palco o Mestre Chico Malta, reconhecido em 2014 como patrimônio cultural imaterial do Brasil, em votação unânime do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphan. De Santarém, o Meste Griô de tradição oral desenvolve música e arte educação há mais de 44 anos. É descendente das etnias indígenas Waiwai e Munduruku, fazendo referências às lendas, rituais e costumes dos povos originários da região do Tapajós. Idealizou o Movimento de Carimbó do Oeste do Pará, em Alter do Chão.
Da novíssima geração, o line-up traz ainda o grupo Carimbó Selvagem, com Gabiru Cigano, Astrum Zion, Luan Monteiro, Heron Rodrigues, Jadson Maiandeua, sob direção artística de Andrey Alves. O poder da música tradicional da Amazônia de transformar qualquer lugar em salão de dança. A rua vira palco com o “mangueio”, sobrevivendo com as “passadas de chapéu”, montando palcos em espaços públicos, como o Complexo do Ver-o-Peso, numa expressão cultural que busca difundir e expandir a identidade amazônida através da arte do carimbó.