Justiça determina que vereador de Volta Redonda afastado por suspeita de ‘rachadinha’ volte ao cargo


Vander Temponi Faria foi afastado em julho após a Justiça acatar um pedido do MPRJ. Desembargador disse que o processo é ‘extremamente complexo’ e que cabe à Justiça Eleitoral julgar o caso. A Justiça determinou na quinta-feira (31) que o vereador de Volta Redonda (RJ) Vander Temponi Faria (PTB), afastado em julho deste ano por suspeita de “rachadinha”, volte ao cargo.
Na decisão, o desembargador da Sexta Câmara Criminal do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro, Fernando Antonio de Almeida, afirmou que o processo é “extremamente complexo” e que cabe à Justiça Eleitoral julgar o caso.
Vander Temponi
Reprodução/Facebook
“[Na análise do processo], pode-se verificar que se trata de feito extremamente complexo, com vários réus, inclusive com futura discussão de várias questões prejudiciais, tais como incompetência do juízo, competência da Justiça Eleitoral, diante da conexão entre crimes comuns e crimes eleitorais, que por certo demandarão largo tempo para discussão e análise, alargando por certo a marcha processual”, entendeu o desembargador.
Fernando Antonio também declarou que “não consta nos autos qualquer notícia dando conta que o paciente [Temponi] esteja exercendo qualquer influência sobre qualquer das testemunhas arroladas pelo Ministério Público, ou mesmo dos corréus ou, ainda que esteja descumprindo as medidas cautelares já impostas quando do recebimento da denúncia”.
O g1 procurou o presidente e a assessoria da Câmara Municipal de Volta Redonda a respeito da decisão da Justiça, mas não havia obtido um retorno até a publicação desta reportagem.
Relembre o caso
O vereador Vander Temponi Faria (PTB) foi afastado no dia 7 de julho após a Justiça acatar um pedido do MP a partir de uma denúncia de que o parlamentar seria o líder de “uma organização criminosa [criada] para proporcionar o desvio de grande volume de dinheiro público”.
A decisão foi divulgada pelo Ministério Público no dia 27 de junho. Na ocasião, o órgão disse ter identificado a participação de três servidores comissionados no esquema de rachadinha. Além de Temponi, eles também são investigados por envolvimento em organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e usurpação de função pública.
No decorrer das investigações, o MP apurou que “os servidores ficavam com apenas cerca de R$ 1 mil dos mais de R$ 7 mil que recebiam oficialmente a título de salário”.
“Isso era feito mediante a tomada sistêmica da maior parte do salário de servidores nomeados em seu gabinete, com entrega pessoal de valores em espécie, transferências em favor do próprio vereador ou a terceiros com quem Temponi mantinha compromissos”, explicou o MP à época.
Um dos destinos das transferências financeiras seria para uma empresa que tem como sócia a esposa do parlamentar. De acordo com o Ministério Público, foram identificadas pelo menos 47 repasses de dinheiro entre janeiro de 2021 e julho de 2022.
Em junho, o MP informou ainda “que o vereador praticou por diversas vezes o delito de lavagem de dinheiro com intuito de ocultar e dissimular a origem dessas remunerações que eram desviadas.”
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