Professores da rede municipal de Barra Mansa entram em greve após redução de gratificação

Paralisação começou na terça-feira e não tem data para terminar. Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação afirma que 90% dos professores aderiram à paralisação, enquanto a prefeitura fala em 38% de adesão. Os professores da rede municipal de Barra Mansa (RJ) entraram em greve após a Câmara Municipal votar pela redução da gratificação. A paralisação começou na terça-feira (22) e não tem data para terminar, segundo a categoria.
Dos 19 vereadores da cidade, 15 votaram pela redução da regência dos professores de 95% para 20% e pela manutenção do piso nacional do magistério. A audiência aconteceu na sexta-feira (18). Agora, cabe ao prefeito Rodrigo Drable sancionar ou não a decisão.
Drable sinalizou que vai seguir a votação da Câmara ao afirmar que não é possível pagar o piso e manter os 95% de gratificação por falta de dinheiro.
“O aumento pretendido, se nós fizéssemos sobre os 95%, iria custar R$ 69 milhões só esse ano. E eu teria que tirar o dinheiro do cofre, de outras atividades”, explicou o prefeito em um vídeo divulgado domingo (20) nas redes sociais.
Segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), a greve atinge desde a creche até o ensino fundamental ll. A categoria afirma que 90% dos professores aderiram à paralisação, enquanto a prefeitura fala em 38%.
A Secretaria Municipal de Educação afirmou que Barra Mansa possui 16.120 alunos e 70 escolas.
‘Professor não perde nada’, diz prefeito
No mesmo vídeo publicado nas redes sociais, Rodrigo Drable afirmou que a mudança não vai afetar o ganho dos professores. Segundo ele, o “professor não perde nada”.
Drable explicou que a prefeitura deu aos professores o piso nacional e 95% de regência logo no início de sua gestão.
“Naquele momento, essa alteração impactou em 38% de aumento na remuneração de nossos professores. No ano de 2022, o Governo Federal mudou o piso nacional dando um aumento de 32%. Este ano, eu dei mais 8% [de aumento]. O total acumulado em Barra Mansa é de 46,72%. O Governo Federal deu 32. Eu não consigo dar o que nós fizemos, mais o Governo Federal. E é isso que está sendo pleiteado. Não existe dinheiro para isso”, explicou.
“Ninguém perde absolutamente nada. Nenhum professor perde nenhum real. Eu só não consigo dar de novo o benefício que já havia dado anteriormente. O que nós fizemos foi: dar o piso nacional, nós dobramos o piso, e reduzimos a regência, mantendo mesmo patamar. E criamos um adicional para complementar caso, eventualmente, por algum direito, alguém tenha alguma perda”, disse ele.
O prefeito afirmou ainda que os professores aposentados terão um reajuste de 40% na remuneração final.
Nota da prefeitura de Barra Mansa
“Lamentavelmente, os professores de Barra Mansa estão em greve, apesar de serem os mais bem remuneração de toda a região. A atual gestão já concedeu 46,72% de aumento, 8% somente em 2023. E o projeto de adequação da regência para pagamento do piso nacional não vai diminuir nenhum centavo da remuneração dos professores. Respeitamos o direito de greve, mesmo sendo os mais bem pagos da região. As escolas continuarão abertas e a merenda será servida aos alunos. Adesão foi de 38% dos professores”.
Posicionamento do Sepe
Em um vídeo enviado ao g1, o diretor do Sepe de Barra Mansa, Carlos Roberto de Almeida, falou em nome do sindicado sobre as reivindicações.
“Os profissionais da educação da rede pública municipal de Barra Mansa estão em greve desde a última terça-feira. Essa greve é em decorrência de uma mensagem que o prefeito enviou à Câmara de Vereadores e que foi aprovada em caráter de urgência, sem qualquer debate. Essa mensagem reduz drasticamente a nossa regência de classe, diminuindo nosso salário. Essa mensagem mexe no nosso plano de carreira e, por isso, a gente vai manter a greve. A gente quer a revogação dessa mensagem, que essa mensagem não se transforme em lei. O nosso salário, ao contrário do que diz o prefeito, não é o maior salário da região. O nosso salário a gente conquistou na Justiça através do nosso plano de carreira. E a gente vai manter em greve, mobilizado, e não aceitar nenhuma perda de direito e nenhuma redução salarial”.
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