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Por meio da Dive (Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina), a Secretaria de Estado da Saúde emitiu um alerta para o aumento expressivo de casos da doença coqueluche em Santa Catarina nesta sexta-feira (25). O estado já registrou 106 ocorrências este ano, após contabilizar somente duas em 2023.
![Menino assoa o nariz Criança com sintomas de coqueluche](https://static.ndmais.com.br/2024/10/crianca-tosse-coqueluche-800x533.jpg)
A coqueluche é uma doença respiratória transmitida por gotículas de saliva – Foto: Reprodução/Freepik
Isso significa que os casos saltaram 5.200% em 2024 em relação ao ano passado. Segundo a Secretaria da Saúde, crianças com menos de um ano de idade são a faixa etária mais afetada, com 38 casos confirmados.
A incidência da coqueluche este ano é a maior desde 2014, quando a última morte pela doença havia sido registrada em Santa Catarina. As regiões com mais casos confirmados até então são a Foz do Rio Itajaí (29), Médio Vale (20) e a Grande Florianópolis (21).
![Mãe segura mão de bebê Dois bebês de dois meses de idade morreram em SC após contrair coqueluche este ano](https://static.ndmais.com.br/2024/10/mao-de-bebe-800x530.jpg)
Dois bebês morreram em agosto em decorrência da coqueluche, após dez anos sem óbitos pela doença em SC – Foto: Bady Abbas/Unsplash
O diretor da Dive, João Augusto Brancher Fuck, aponta que o aumento segue uma tendência mundial.
“A coqueluche é uma doença sazonal e que apresenta aumento cíclico de casos, sem um fator explícito conhecido, situação esta que pode estar colaborando com o que foi identificado no estado, juntamente com a baixa cobertura vacinal, a sensibilização da vigilância e a melhoria do diagnóstico laboratorial, com a implantação do exame PCR pelo Laboratório Central de Saúde Pública”, explica.
“Lembramos que foram vários anos com a cobertura vacinal abaixo da recomendada, e isso pode contribuir para esse cenário”, observa o diretor.
![Criança com dificuldade de respirar Mãe cuida de criança com sintomas de coqueluche](https://static.ndmais.com.br/2024/06/crianca-fazendo-nebulizacao-para-problema-respiratorio-800x467.png)
A doença acomete principalmente crianças e lactentes até os 6 meses de idade, – Foto: Freepik/Reprodução/ND
Em agosto, dois bebês de 2 meses de idade morreram após contrair a doença em Santa Catarina. O primeiro caso foi em Itajaí, no dia 20, e o segundo, em Joinville, no dia 27. Nenhum deles estava vacinado.
A vacinação é a principal prevenção à doença. Em 2014, foi lançada a vacina dTpa para gestantes, com o objetivo de passar anticorpos para proteger o bebê até que ele complete o esquema vacinal da vacina pentavalente.
A Secretaria da Saúde ressalta que a vacina pentavalente, que protege contra a coqueluche, está em 88,87% de cobertura vacinal acumulada até outubro. A meta anual é de 95% de imunização e em 2023 o estado chegou a 91,47%.
Fique atento ao esquema vacinal
![Criança é vacinada no SUS Criança toma vacina para coqueluche](https://static.ndmais.com.br/2024/06/coqueluche.jpeg)
A vacinação é a melhor forma de prevenção e está disponível no SUS para crianças até 6 anos, gestantes e profissionais da saúde – Foto: Julia Prado/MS/Agência Brasil
Vacina pentavalente: Imuniza contra difteria, tétano, coqueluche, haemophilus influenzae do tipo b e hepatite B
Público-alvo:
- 1ª dose (2 meses de idade)
- 2ª dose (4 meses)
- 3ª dose (6 meses)
Vacina DTP: Previne a difteria, o tétano e a coqueluche
Público-alvo:
- Reforço(15 meses)
- Reforço (4 anos)
Vacina dTpa: Previne a difteria, o tétano e a coqueluche
Público-alvo:
- Gestantes (em cada nova gravidez)
- Puérperas (até 45 dias)
- Profissionais de saúde (A cada 10 anos)
O que é coqueluche?
![Bactéria responsável pela coqueluche Imagem ilustrativa da bactéria responsável pela doença coqueluche](https://static.ndmais.com.br/2024/10/bacteria-coqueluche-800x533.png)
A bactéria Bordetella pertussis, responsável pela coqueluche, é altamente contagiosa e prejudica o aparelho respiratório – Foto: Freepik/Reprodução/ND
A coqueluche é uma infecção respiratória e altamente transmissível causada pela bactéria Bordetella pertussis. A doença compromete especificamente o aparelho respiratório (traqueia e brônquios).
A infecção pode durar cerca de 6 a 10 semanas. Em bebês, pode resultar em um número elevado de complicações e levar à morte, principalmente aqueles que ainda não completaram o esquema vacinal primário contra a doença.
Sintomas da coqueluche
![Pai beija bochecha de filho bebê Os bebês menores de 6 meses são mais propensos a formas letais da doença](https://static.ndmais.com.br/2024/10/pai-e-bebe-800x534.jpg)
Os bebês de até 6 meses são mais propensos a formas graves da doença, que pode levar à morte – Foto: Reprodução/Freepik
De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas podem se manifestar em três níveis:
- No mais leve, a doença pode ser confundida com um resfriado, é caracterizada por mal-estar geral, corrimento nasal, tosse seca e febre baixa;
- No segundo nível, as tosses pioram;
- No nível mais avançado da infecção, a tosse fica bastante intensa, podendo comprometer a respiração, além de causar vômitos e cansaço extremo.
Transmissão
![Menina tossindo Criança tossindo](https://static.ndmais.com.br/2024/07/causas-da-coqueluche-800x388.jpg)
Os sintomas começam como um resfriado comum, mas a tosse se intensifica – Foto: Divulgação/ND
A coqueluche é transmitida de pessoa para pessoa através de gotículas de saliva expelidas ao tossir ou espirrar.
A bactéria se aloja nas vias respiratórias superiores, onde se multiplica e libera toxinas que causam os sintomas característicos.
Prevenção e tratamento
![Mulher grávida, gestante Mulher grávida de nove meses](https://static.ndmais.com.br/2024/07/barriga-de-mulher-gravida-944x472-1-800x400.jpg)
A vacina dTpa para gestantes foi introduzida em 2014, com o objetivo de proteger o bebê – Foto: Internet/Divulgação/ND
O tratamento da coqueluche é multidisciplinar, envolvendo cuidados médicos, uso de antibióticos, suporte nutricional – como hidratação e alimentação adequadas – e medidas preventivas.
Em casos graves, especialmente em bebês e crianças, pode ser necessária a hospitalização para monitoramento e tratamento intensivo.
A vacinação é a melhor forma de prevenção e está disponível no SUS (Sistema Único de Saúde) para crianças até 6 anos, gestantes e profissionais da saúde.
A vacina pentavalente é indicada no primeiro ano de vida do bebê, sendo administrada em três doses aos dois, quatro e seis meses de idade, com um intervalo recomendado de 60 dias entre as doses. Posteriormente, são necessárias doses de reforço.