
Dois dias após uma forte enxurrada atingir Garuva, no Norte catarinense, famílias ainda continuam em um abrigo oferecido pelo município. Diversas casas foram atingidas pela força da chuva e bairros ainda continuam sem água, o que dificulta a limpeza dos imóveis e o retorno para os lares.

Famílias atingidas por enxurrada ainda sofrem com danos às casas em Garuva – Foto: Luciano Senderski/NDTV
A família de Stefany Huth é uma das que continuam no abrigo montado na Escola Municipal Tancredo de Almeida Neves, no Centro de Garuva, desde domingo (9). No local, ela e os filhos recebem café da manhã, almoço, café da tarde e janta, além de colchões e materiais de higiene pessoal.
A casa da família foi atingida por muita chuva e agora está coberta por lama, já que não há água no local, nas redondezas do Rio da Onça. “Tá sendo bem difícil. Só de ver as coisas, assim, se perdendo… É muito difícil ver o desespero dos meus filhos”, conta a dona de casa.
“Não tem como voltar”, dizem famílias após enxurrada
Em entrevista à NDTV Record Joinville, Stefany se mostrou preocupada com a possibilidade do abrigo ser fechado. “A minha casa não tem como voltar, é um lixo grande, tá cheio de caramujo, lá não tem água, a água não voltou. Eu não sei o que a gente vai fazer”, relata.
A família da aposentada Maria Domingos Claudino também não consegue voltar para casa. A idosa conta que a água subiu muito dentro do imóvel e que, junto com o seu irmão cadeirante, foi retirada pela janela.
“Agora não tem como a gente voltar pra dentro de casa. Até é perigo a gente voltar lá e ter cobra na roupa da gente. Eu perdi tudo, só tô com a roupa do corpo. Peguei roupa aqui que trouxeram pra gente vestir”, diz emocionada.
De acordo com a secretária de Desenvolvimento Social e Habitação de Garuva, Heloise Lemos, o município continuará prestando auxílio às famílias. “A gente está com tempo provisório (no abrigo), até para não interromper tanto o calendário escolar, mas a gente não vai trazer danos para as famílias e deixá-las sem um local para ficar”, garante a secretária.
“A gente também tem um plano alternativo de acompanhamento dessas famílias com auxílio aluguel. Vamos identificar imóveis no município que estejam com possibilidade de locação para que as famílias recebam o auxílio através da política de assistência social”, conclui a secretária.
Decreto de situação de emergência
O temporal deixou 100 pessoas desalojadas e 18 desabrigadas. A Prefeitura de Garuva decidiu decretar situação de emergência na manhã desta segunda-feira (10).
Segundo o município, o decreto prevê situação de emergência nível II. As vítimas afetadas pela enxurrada são atendidas na Secretaria de Proteção e Defesa Civil, na rua Carlos Borgenhausen, em frente ao ginásio Evandro Nagel. As equipes realizam o cadastramento e, em seguida, fazem vistoria no local atingido para atender as necessidades dos moradores.
O ginásio Silvio de Miranda foi estabelecido como ponto de recebimento de donativos, como alimentos, água, itens de limpeza e higiene, colchões e móveis. As doações serão destinadas às famílias afetadas pela enchente por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação.
Garuva suspende aulas
As regiões mais atingidas, de acordo com a Defesa Civil da cidade, são Urubuquara, Palmital, Giorgia Paula e Vila das Pedras.
As aulas foram suspensas após a chuva atingir algumas escolas e, de acordo com a prefeitura, os conteúdos serão repostos posteriormente. Além das unidades de ensino, os programas Sou Esporte e Musicart também tiveram aulas suspensas.
A UBS Urubuquara teve os atendimentos suspenso e não há previsão de retorno. Os pacientes da região são direcionados à UPA 24h. As demais UBS funcionam normalmente.
*Com informações de Isabela Corrêa/NDTV.